- França, c. 1848-1850
- Óleo sobre madeira
- Inv. 453
- Assinado: Th. Rousseau
Paisagem de Outono
Théodore Rousseau e a Escola de Barbizon estão intimamente ligados à evolução da tradição francesa de paisagem pela forma como procuraram ir ao encontro de uma representação não idealizada da natureza. O contributo do líder da escola de pintores paisagistas independentes, reunidos a partir de 1830 na floresta de Fontainebleau, revelou-se determinante pela submissão que devotou a uma visão objetiva da natureza. A pintura de ar livre, praticada como método, viria por sua vez influenciar a paisagem desenvolvida a partir da segunda metade da década de 1870 pelos pintores ligados ao movimento impressionista.
Herdeira dos mestres holandeses de Seiscentos, esta pintura revela igualmente a influência da paisagem inglesa do início do século XIX, em particular de John Constable e de Richard Parkes Bonington. As cores do Outono, definidas pela folhagem envelhecida das árvores, dominam parte considerável da composição. Junto a um pequeno charco (elemento recorrente na obra de Rousseau) vislumbra-se apenas, à direita, uma camponesa. A presença humana, reduzida a uma expressão quase impercetível, reforça, nessa medida, o motivo por excelência da representação: a paisagem.
Adquirida por Calouste Gulbenkian a Graat et Madoulé, em Paris, setembro de 1920.
A.21,5 cm; L.33,6 cm
Schulman 1999
Michel Schulman, Théodore Rousseau. 1812-1867. Catalogue raisonné de l’oeuvre peint. Paris: Éditions de l’Amateur, 1999, p. 196, n.º 303.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 196-197, cat. 87.