- França, c. 1777
- Óleo sobre tela
- Inv. 2386
Autorretrato
A obra foi provavelmente exposta no Salon de Paris de 1777 como par de O Astrónomo, também pertencente à Coleção Gulbenkian. As duas pinturas, em formato oval, apresentam semelhanças evidentes do ponto de vista formal.
Para a identificação da figura contribuiu o testemunho decisivo de Gabriel de Saint-Aubin (1724-1780), artista que, em anotação à margem da entrada n.º 17 do catálogo da referida edição do Salon, fez menção a «Deux portraits sous le même numéro … dont ce lui de l’auteur». A outra obra mencionada por Saint-Aubin reporta-se à citada representação de O Astrónomo.
Lépicié esteve particularmente à vontade no retrato realista que, com as cenas de género, fez a sua reputação. O tranquilo intimismo da composição inscreve-se, por sua vez, na melhor tradição francesa da época e denota a influência de Jean-Siméon Chardin. O novo estatuto das artes e a tendência para integrar o homem no seu universo quotidiano explicam a difusão de retratos de artista «ao natural», categoria na qual esta obra se inscreve.
Venda E. Tondu, 1865; Baronesa Nathaniel de Rothschild; Baronesa David Leonino. Adquirida por Calouste Gulbenkian ao Barão Henri de Rothschild, 1943.
A. 90,8 cm; L. 71,5 cm
Dacier 1910
E. Dacier, Catalogues de ventes et livrets de salons illustrés par Gabriel de Saint-Aubin, IV, 1910.
Dreyfus 1923
Philippe-Gaston Dreyfus, Catalogue raisonné de l'œuvre peint et dessiné de Nicolas-Bernard Lépicié. Paris, 1923, n.º 85.
Sampaio 2009
Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2009, pp. 96-97, cat. 38.