Relações recíprocas

A ideia de colaboração artística era cara a Almada Negreiros, ao contrário da ideia de grupo. Em 1965 escreveu em relação ao Orpheu, que os seus protagonistas se juntaram pela «Arte» e não por terem semelhanças entre si. Não eram um grupo, eram colaboradores. Foi num ambiente profícuo de troca, discussão e apropriação, e não em isolamento, que a modernidade e a vanguarda foram forjadas — em Portugal e noutros países.

Ao longo da sua vida, Almada encontrou diferentes artistas, arquitetos, atores e escritores com quem trabalhou ou partilhou experiências em diversos registos. A colaboração também aconteceu em ambiente privado, animando tertúlias artísticas juvenis com bailados, desenhos e poemas. Ou ainda, mais tarde, em registo oficinal, aprendendo técnicas artesanais como vitral ou cerâmica.

As tertúlias continuariam a fazer parte do seu dia a dia com diferentes gerações: conviveu com os jovens poetas Mário Cesariny e Eugénio de Andrade nos anos 1950; Lourdes Castro fez a sua peça Antes de Começar (1956); em 1946, Ernesto de Sousa chamou-o a colaborar consigo e Diogo de Macedo na organização de uma exposição de comparação entre arte africana e arte moderna, e mais tarde reclamar-se-á herdeiro voluntário do performer Almada; Vitor Silva Tavares com ele conviveu e trabalhou em teatro; Maria do Céu Guerra estreou-se como atriz numa peça sua; esteve atento aos artistas mais novos, como Júlio Pomar, entre outros.

 

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José de Almada Negreiros (1893-1970) Retrato da família Novais Teixeira, Madrid,1927. Assinado / Datado . Inscrição: «a / Joaquim / Julia / José Antonio / Madrid Maio 1927». Carvão e grafite sobre papel . 169 x 75 cm. Coleção Família Novaes Ledieu
José de Almada Negreiros (1893-1970) «N.C.5 - Invention Vert», 1918. Assinado/Datado Primeira página de um conjunto de 12 páginas em 7 cartões. Tinta permanente e anilina sobre cartão 13 x 9 cm . Coleção BNP. Exp. N 15/5
José de Almada Negreiros (1893-1970) Revista «parva (em latim)», n.º 1, c. 1918-1920. Tinta permanente e anilina sobre papel Ingres 31 x 24 cm. Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna DP243
José de Almada Negreiros (1893-1970) Sem título (Retrato de Maria Madalena Moraes da Silva Amado), 1921. Assinado / Datado Inscrição: «13 ag. 1921 / “doux comme le Violet” / 7 Avril / “fou comme le Vert!” / almada of. tareca». Aguarela sobre papel 72,3 x 55 cm. Coleção Herdeiros de António Leite de Castro
José de Almada Negreiros (1893-1970) Cenário para peça de teatro «Los Medios Seres» de Rámon Gómez de la Serna, [1929]. Assinado / Não datado. Inscrição: «“Los medios seres” / I acto / de / Ramón / Gomez de la Serna». Tinta da China e guache sobre papel . 50 x 65 cm. Coleção particular
Atualização em 02 outubro 2017

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