Victor Hugo

Uma coleção com histórias: em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. O mês de abril foi dedicado às histórias literárias.
03 abr 2020

O escritor francês Victor Hugo (1802-1855) é um dos rostos conhecidos dos visitantes do Museu. O seu busto em mármore, realizado por Rodin, pode ser visto na exposição permanente do Museu, apresentando grandes semelhanças com as imagens do escritor que chegaram aos dias de hoje.

A infância de Victor Hugo aconteceu durante um período de instabilidade política: pouco depois do seu nascimento, Napoleão foi declarado imperador e, quando o escritor era adolescente, a monarquia foi restaurada. Estes acontecimentos acabaram por influenciar fortemente a sua escrita. Publicou o seu primeiro livro em 1823; muitos outros se seguiram, inspirando outros importantes escritores, como Albert Camus, Charles Dickens e Fyodor Dostoyevsky.

Em 1931, foi editado Notre-Dame de Paris, uma das suas obras mais conhecidas, cujo objetivo era pressionar a cidade de Paris no sentido de restaurar a catedral. A sua obra de referência, Les Misérables, foi publicada em 1862 e denunciava uma luta desigual de classes e a inevitabilidade da pobreza ou da condição social. Ambas inspiraram adaptações musicais.

Calouste Gulbenkian adquiriu exemplares de bibliófilo destes dois livros, que obtiveram grande valor devido ao número reduzido das tiragens. O seu exemplar de Les Misérables, ilustrado por Georges Jeanniot, é o n.º 19 de 1000, e inclui cartas manuscritas do ilustrador, relacionadas com os próprios esboços e com o romance. O colecionador comprou ainda a obra Cinq Poèmes, publicada por ocasião do centenário do nascimento do autor.

«Hésiode. Hymnes orphiques. Théocrite, Bion, Moskhos, Thyrtée. Odes anacréontiques», século VIII. Tradução de Laconte de Lisle. Museu Calouste Gulbenkian
Victor Hugo, «Cinq poèmes», século XX. Museu Calouste Gulbenkian
Victor Hugo, «Cinq poèmes», século XX. Museu Calouste Gulbenkian
Victor Hugo, «Cinq poèmes», século XX. Museu Calouste Gulbenkian

Contudo, há uma outra peça da Coleção que, curiosamente, se relaciona com Victor Hugo: uma coletânea de textos de autores clássicos, com tradução de Leconte de Lisle, um poeta francês com uma profunda ligação à cultura grega. O exemplar de Gulbenkian, que inclui uma aguarela do pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir, pertenceu ao próprio Victor Hugo, que o assinalou com um ex-líbris original, executado a aguarela.


Uma Coleção com Histórias

Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.

Conhecer outras histórias

 

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.