Vertumno e Pomona
A história de amor entre Vertumno e Pomona é provavelmente uma das mais famosas que a Coleção Gulbenkian encerra, tendo origem n’As Metamorfoses de Ovídio. Vertumno, deus dos jardins e dos pomares, responsável pela mudança das estações, e Pomona, deusa da abundância dos frutos, foram representados inúmeras vezes por diversos artistas, entre os quais Peter Paul Rubens.
Na obra de Ovídio, Pomona vive uma vida reclusa, dedicada exclusivamente aos seus afazeres de cuidar dos seus jardins. Dona de uma beleza sem par, cativa a atenção de vários deuses, que a tentam seduzir. Recorrendo ao seu poder para mudar de aparência, Vertumno tenta conquistar a deusa sob os mais variados disfarces, em vão. Desesperado, acaba por se transformar numa idosa, procurando convencer Pomona das virtudes do casamento. Quando esta tentativa falha, Vertumno decide assumir a sua própria figura e Pomona apaixona-se imediatamente.
Na tapeçaria da Coleção Gulbenkian, que integrou anteriormente as coleções imperiais austríacas, os deuses surgem de frente um para o outro, preparando a colheita dos frutos: Vertumno carrega uma escada e Pomona um utensílio que se assemelha a uma faca de poda. Em segundo plano, vemos os jardins e os pomares tutelados pela deusa. Este exemplar é o quinto de uma armação de nove; as restantes tapeçarias deste conjunto, que retratam outros momentos da história, com Vertumno disfarçado de diferentes personagens, encontram-se atualmente no Kunsthistorisches Museum em Viena.
A tapeçaria foi realizada na Flandres, segundo cartões de Pieter Cocke van Aelst, e encontra-se em exposição na Galeria Ocidente-Oriente da Coleção do Fundador.
Uma Coleção com Histórias
Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.
Conhecer outras histórias