Nicolas-Bernard Lépicié

Uma coleção com histórias: em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. O mês de setembro foi dedicado às histórias de autorretratos.
18 set 2020

Nicolas-Bernard Lépicié (1735-1784) foi um pintor francês do século XVIII, filho de François- Bernard Lépicié e de Renée-Élisabeth Marlié, ambos gravadores. Foi o pai que lhe deu as primeiras instruções no campo artístico; posteriormente, recebeu formação do pintor Carle Vanloo.

Na década de 1760, Lépicié ingressou na Académie Royale de Peinture et Sculpture, tornando-se mais tarde professor nessa instituição. Durante a sua carreira, trabalhou em várias encomendas reais: criou obras para o Petit Trianon, em Versalhes, e para a École Militaire, em Paris, por exemplo. O pintor terá também criado composições destinadas a serem transformadas em tapeçarias pela Manufatura dos Gobelins.

Ficou conhecido sobretudo pela pintura de género e pelos seus retratos realistas, de que a Coleção Gulbenkian possui dois exemplares, ambos adquiridos pelo colecionador diretamente ao Barão de Rothschild em 1943. O primeiro, um óleo realizado em c. 1777, mostra, possivelmente, o astrónomo preferido de Luís XV, Pierre Charles Le Monnier (1715-1799), rodeado de instrumentos de ótica, invenções em voga à época.

Nicolas-Bernard Lépicié, «Autorretrato», c. 1777. Óleo sobre tela. Museu Calouste Gulbenkian

O segundo trata-se de um autorretrato, realizado pela mesma altura da tela O Astrónomo – acredita-se que terão sido apresentados como um par no Salon de Paris de 1777. Ambas as pinturas têm formato oval, apresentando dimensões e características formais semelhantes. Na mão do pintor, vê-se uma caneta com ponta de giz, numa alusão à sua ocupação profissional. Embora se trate de um autorretrato, acredita-se que a obra presta homenagem ao pintor Jean-Siméon Chardin, uma vez que apresenta aspetos idênticos a uma composição da sua autoria, hoje no Museu do Louvre. Um autorretrato muito próximo deste em termos de formato, pose e cores – embora mostre o pintor no final da sua vida –, pode ser encontrado no Museu Boucher de Perthes.

Apesar da morte precoce, Lépicié deixou um considerável número de obras, hoje parte de coleções internacionais como a do Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, ou o Museu do Louvre, em Paris.


Uma Coleção com Histórias

Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.

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