Irmãos Duveen
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-2.jpg)
Calouste Gulbenkian começou a adquirir obras de arte no final do século XIX, conduzido sobretudo pelo seu gosto pessoal. Contudo, muitas das suas compras foram concretizadas após longas conversações com especialistas e negociantes de arte.
Um dos nomes mais importantes na constituição da Coleção, com ligações a várias obras-primas adquiridas pelo colecionador, é Duveen. Joseph Joel Duveen (1843-1908) deixou a sua cidade natal de Meppel nos Países Baixos para se instalar em Hull, no Reino Unido. Juntamente com o seu irmão Henry, iniciou um negócio de venda de antiguidades e, posteriormente, de obras de arte, a Duveen Brothers. A loja conheceu grande êxito – o príncipe e a princesa de Gales terão sido clientes –, permitindo-lhes expandir o seu negócio a Londres, a Paris e a Nova Iorque.
Joseph Joel Duveen apoiou vários museus e galerias, tendo financiado uma extensão da Tate Gallery (atualmente Tate Britain), conhecida como a Ala Turner, por ter sido construída para expor obras do pintor inglês Joseph Mallord William Turner. No início do século XX, o seu filho Sir Joseph Duveen (1869-1936) juntou-se à Duveen Brothers, tornando-se um dos mais influentes negociantes de arte do século XX e dando continuidade ao negócio após a morte do seu pai.
Graças a Sir Joseph Duveen, a empresa prosperou nos Estados Unidos, vendendo sobretudo arte europeia, e teve um papel fundamental na criação de várias famosas coleções, como a Frick Collection. Além de Henry Clay Frick, na sua lista de clientes constavam nomes como Andrew Mellon e John D. Rockefeller. Aquando da morte do ilustre colecionador Rodolphe Kann, Sir Joseph Duveen comprou a sua coleção, que incluía importantes pinturas holandesas, de artistas como Vermeer, Van Dyck e Rembrandt.
Duveen foi de tal forma bem-sucedido que, a certa altura, a simples menção do seu nome relacionada com as obras acrescentava-lhes valor. O negociante terá ainda doado obras a alguns museus britânicos e financiado a construção de uma galeria no British Museum, erguida para instalar os «Mármores Elgin», uma coleção de esculturas em mármore oriundas do Parthenon de Atenas.
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-8.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-6.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-5.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-7-2.jpg)
Mais de cem das obras da Coleção Gulbenkian foram adquiridas através de Sir Joseph Duveen: o negociante não só vendeu peças a Gulbenkian, como o aconselhou em várias áreas da sua coleção, como o núcleo de arte egípcia, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma relação próxima entre os dois – o colecionador referia-se a Sir Joseph pelo diminutivo «Joe».
![](https://cdn.gulbenkian.pt/museu/wp-content/uploads/sites/5/2020/10/Irmaos-Duveen-1-1.jpg)
Entre as obras compradas através de Duveen contam-se objetos de diferentes tipologias, como livros, pinturas, peças de mobiliário, cerâmicas, esculturas, com destaque para o jarro em jade branco, realizado para Ulugh Beg, que pertenceu a Xá Jahan.
Uma Coleção com Histórias
Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.
Conhecer outras histórias