Helena Fourment
Em dezembro de 1630, com apenas 17 anos, Helena Fourment torna-se a segunda mulher de Peter Paul Rubens. Na altura, o pintor flamengo tinha 53 anos. O casamento durou cerca de dez anos, até à morte do artista em 1640, e o casal teve cinco filhos.
Apesar da grande diferença de idades e do curto casamento, a jovem musa de Rubens posou para o artista inúmeras vezes, surgindo em retratos individuais ou familiares, com o marido ou com os filhos, ou em pinturas de caráter religioso ou mitológico. A sua beleza foi imortalizada em algumas das mais icónicas telas barrocas que se conhecem, pertencentes às coleções de importantes museus, como o Kunsthistorisches Museum, em Viena, a Alte Pinakothek, em Munique, o Musée du Louvre, em Paris, ou o MET, em Nova Iorque.
No retrato da Coleção Gulbenkian, Helena Fourment surge com um elegante vestido de cetim negro e um grande chapéu com aba de avestruz, de acordo com a moda da época. A mestria de Rubens revela-se na forma exímia como pinta os diferentes tecidos e suas texturas.
Para além de conquistar o afeto de Rubens, Helena Fourment tornou-se protagonista de uma outra história de amor dentro da Coleção: sabe-se que esta pintura era uma das prediletas de Calouste Gulbenkian, que se detinha à sua frente a admirar a tela.
A obra, outrora parte da coleção de Sir Robert Walpole e, posteriormente, da imperatriz Catarina II da Rússia e do Museu do Ermitage, em São Petersburgo, foi adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio do Antikvariat em 1930. Foi instalada na Galeria de Pintura da sua casa no n.º 51 da Avenue d’Iéna, antes de ser emprestada à National Gallery de Londres e à National Gallery of Art, em Washington, onde esteve em exposição até ser transferida para Portugal.
Uma Coleção com Histórias
Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.
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