George Sand
Amantine Lucile Aurore Dupin, mais conhecida pelo pseudónimo George Sand, foi uma das mais populares escritoras francesas do século XIX e a primeira mulher a viver apenas da escrita. Chegou a ser mais reconhecida na Europa do que Balzac ou Victor Hugo e os seus escritos continuaram a ser bem-sucedidos mesmo depois da sua morte.
Figura controversa da cultura francesa, Dupin terá começado a publicar os seus livros sob um nome masculino para vingar no seio de uma sociedade dominada por homens. Ficou conhecida pelas suas visões políticas radicais, por defender as classes baixas e lutar pelos direitos das mulheres, adotando comportamentos considerados rebeldes, como usar roupa de homem ou fumar tabaco em público. As suas obras contribuíram para abrir caminho a outras importantes escritoras, como Virginia Woolf ou Charlotte Brontë.
Colaborou com o jornal Le Figaro e publicou inúmeros romances, poemas e textos dramáticos. Foi retratada pelos percursores da fotografia e por vários escultores e pintores, tendo inspirado produções cinematográficas e televisivas, além de composições musicais. Uma das suas relações amorosas mais famosas foi com o compositor Frédéric Chopin.
Em 1925, Gulbenkian adquiriu uma edição de bibliófilo da obra La mare au diable, um dos romances campestres mais famosos de George Sand, no qual a autora reconhece o amor como valor fundamental para ultrapassar as adversidades impostas pela sociedade. Este livro foi muito apreciado pelo pintor Edgar Degas, que copiou excertos do texto para o seu bloco de notas. O exemplar de Gulbenkian é o número 5 de uma tiragem de 100 e inclui dezassete gravuras originais.
Em 1930, o colecionador comprou uma segunda obra da autora, intitulada François le Champi.
Uma Coleção com Histórias
Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.
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