Catarina II da Rússia

Uma coleção com histórias: em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. O mês de março foi dedicado às histórias de mulheres.
28 fev 2020

Nome sonante da História, a imperatriz da Rússia Catarina II foi proprietária de várias peças que hoje integram a Coleção do Fundador, incluindo algumas obras-primas adquiridas por Gulbenkian, como Diana, de Houdon, Figura de Velho, de Rembrandt, ou Retrato de Helena Fourment, de Rubens.

Catarina, a Grande, como ficou conhecida, governou a Rússia durante mais de 30 anos, entre 1762 e 1796, altura em que o país se tornou uma grande potência, aumentando as suas fronteiras e construindo novas cidades.

Um dos grandes contributos da imperatriz foi no campo das artes e da cultura. Catarina foi correspondente de grandes vultos da literatura e da filosofia, como Voltaire e Diderot, tendo ela própria escrito várias obras, entre as quais uma autobiografia. O famoso Museu do Ermitage, em São Petersburgo, um dos maiores do mundo, começou por reunir a sua coleção particular. Distribuído por vários edifícios, muitos dos quais erigidos por sua ordem, o museu incluía também um teatro.

Acredita-se que a sua coleção tenha chegado a reunir quase um milhão de obras, de várias épocas, estilos e oriundas de diferentes países. Na década de 1930, de forma a angariar fundos para o Estado russo, foram vendidas muitas das suas obras, entre as quais o famoso «Serviço Orloff», uma baixela com cerca de 3000 peças encomendada por Catarina II para oferecer ao seu favorito, o conde de Orloff. Gulbenkian comprou parte desta baixela.

A imperatriz posou também para vários pintores e escultores, tendo sido retratada de diversas formas e em diversos suportes. Em 2004, o Museu Calouste Gulbenkian adquiriu um álbum com o registo das pinturas da Coleção Walpole expostas em Houghton Hall. No frontispício do primeiro volume, o retrato de Catarina II foi gravado a pontilhado por Caroline Watson, considerada por muitos a primeira gravadora mulher a trabalhar profissionalmente na Grã-Bretanha. À época, as mulheres começavam a ganhar poder de compra e a interessar-se por gravuras, pelo que Caroline tentava acompanhar o gosto feminino. Algumas importantes mulheres apoiaram o seu trabalho, com destaque para a rainha Charlotte, que a nomeou «Engraver to the Queen» [Gravadora da Rainha].

Rembrandt Harmensz van Rijn, «Figura de Velho» (pormenor), Holanda, 1645. Óleo sobre tela. Museu Calouste Gulbenkian
Peter Paul Rubens, «Retrato de Helena Fourment» (pormenor), Flandres, c. 1630-1632. Óleo sobre madeira. Museu Calouste Gulbenkian
Louis Lenhendrick (mestre em 1747), Terrina com bandeja (de um par), 1769-1770. Museu Calouste Gulbenkian
Jean-Antoine Houdon, «Diana» (pormenor), Paris, 1780. Mármore. Museu Calouste Gulbenkian

Uma Coleção com Histórias

Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.

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