A Eterna Primavera
Este par amoroso enlaçado teve origem no episódio de A Divina Comédia que retrata a paixão medieval entre Paolo Malatesta e Francesca de Rímini. O grupo escultórico A Eterna Primavera foi extraído de uma obra monumental encomendada a Rodin, um portal para o futuro Museu das Artes Decorativas de Paris inspirado na obra de Dante.
Francesca era filha do governante da cidade de Ravena, Guido da Polenta, que se encontrava em guerra com a família Malatesta, oriunda de Rimini. Para assegurar o acordo de paz entre as duas famílias, Francesca foi prometida ao primogénito Giovanni Malatesta que, embora culto, nascera com uma malformação física. Quis o destino que Francesca se apaixonasse pelo irmão mais novo do marido, Paolo Malatesta, tendo com ele vivido um tórrido romance. Porém, quando Giovanni descobre o adultério, mata-os com as suas próprias mãos.
Rodin concebeu esta escultura no final do século XIX, num momento em que ele próprio se encontrava a viver um romance com a escultora francesa Camille Claudel, que se tornou sua assistente, amante e musa, tendo posado para algumas das suas obras. Porém, a paixão do casal, tanto física, como intelectual, durou pouco tempo, uma vez que Rodin nunca pôs fim ao seu casamento com Rose Buret.
Camille acabaria a sua vida na ruína; contudo, ficaria para sempre conhecida como o grande amor da vida de Rodin. O rompimento da relação terá inspirado a obra A Idade da Maturidade, de Claudel, que se diz ser autobiográfica, retratando uma figura – Rodin – entre a sua mulher mais velha e a sua amante mais nova, que se ajoelha a seus pés, como que implorando.
Uma Coleção com Histórias
Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.
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