Novas obras em exposição na Galeria do Renascimento do Museu
Nas vitrinas da Galeria do Renascimento do Museu apresenta-se uma renovada mostra de objetos dos séculos XVI e XVII. Um conjunto de seis exemplares da coleção de livros reunida por Calouste Gulbenkian espelha a mestria da produção livreira a decorrer na época.
À medida que a imprensa se consolidava na Europa, também as oficinas de encadernação se tornavam progressivamente mais sofisticadas. A larga influência oriental que se vai refletir na produção da República de Veneza será fundamental no desenvolvimento da arte do livro deste período. Provenientes de Itália, mas também de França e da Alemanha, estes livros formam uma seleção diversa, que se expande desde o livro de Horas à poesia de Petrarca.
A República de Veneza, a par de Florença e Génova, será também um dos centros onde a produção italiana de tecidos preciosos atingirá um desenvolvimento sem precedentes à época. Devido à complexidade envolvida na sua execução, estes tecidos acabavam por se tornar exclusivos de uma elite social e religiosa. É neste contexto que são realizadas as duas casulas que agora se expõem no Museu. Este acessório litúrgico era utilizado unicamente por sacerdotes para celebração da missa e começou, por isso, a tornar-se um objeto de luxo destinado a um nicho dentro da hierarquia clerical. O veludo, símbolo de riqueza e poder, foi um dos tecidos privilegiados na sua produção.
Em exposição encontramos também um baixo-relevo com a representação do anjo Gabriel no momento da Anunciação. O dinamismo da figura anuncia já o movimento que se irá consolidar mais tarde, e em plenitude, no Barroco.