Quantas vozes tem um museu?
Os museus como espaços de múltiplas leituras
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Ciclo de conversas – Quantos museus há num museu?
À medida que a Europa explora a realidade de uma identidade progressivamente mais diversa, os museus têm vindo a questionar o seu papel na sociedade. Até que ponto estas instituições têm a missão de criar exposições e atividades que vão ao encontro destas novas dimensões culturais e sociais? Como podem usar as suas coleções para oferecer conteúdos que refletem múltiplas perspetivas e abrem espaço para a comunicação? E como podem evitar cair no erro de falar para uma minoria em vez de lhe dar voz?
Esta conversa centra-se no novo projeto «O Poder da Palavra», que procura responder a algumas destas interrogações introduzindo novas vozes e perspetivas na galeria do Médio Oriente do Museu Calouste Gulbenkian. Abrindo a coleção às pesquisas e às perguntas de um conjunto de participantes falantes de árabe e persa, muçulmanos e não-muçulmanos, portugueses e estrangeiros, procuramos tornar o processo curatorial acessível a diferentes conhecimentos e experiências de vida, criando exposições rotativas que juntam elementos da cultura material e imaterial.
À conversa com Diana Pereira, Farhad Kazemi, Jessica Hallett e Shahd Wadi
TRANSMISSÃO
ORADORES
Diana Pereira é mediadora cultural e trabalha no Serviço Educativo do Museu Calouste Gulbenkian. É responsável pela programação direcionada para adultos desde 2016, desenvolvendo estratégias para públicos independentes e projetos a longo prazo para grupos específicos. Colabora na criação implementação de processos desenhados de acordo com as necessidades de cada projeto, através de práticas colaborativas com outros profissionais e com os participantes. É licenciada em História da Arte (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e tem um Mestrado em Museum Studies (University of East Anglia).
Farhad Kazemi nasceu no Irão em 1971 e emigrou para França com 13 anos. Inicialmente, estudou Medicina e praticou esta profissão durante 23 anos. Começou a estudar História da Arte por prazer em 2011. Obteve um mestrado da Université de Sorbonne, em Paris, e iniciou uma carreira na área das artes. Trabalhou no Institut national du Patrimoine e encontra-se neste momento a terminar a sua formação como curador. A sua área de interesse é o período medieval, tanto no Oriente como no Ocidente.
Jessica Hallett é conservadora do Médio Oriente no Museu Calouste Gulbenkian. Foi curadora de várias exposições em Lisboa, incluindo Cultures of the Indian Ocean (1998) e The Oriental Carpet in Portugal (2007 – recebeu o prémio Reynaldo Santos Prize), bem como, mais recentemente, O Gosto pela Arte Islâmica, sobre o colecionismo de Calouste Gulbenkian no contexto geopolítico da época em que viveu (2019). A sua tese de doutoramento (Oxford University) deu origem à exposição Iraq and China. Ceramics, trade and innovation, na Arthur M. Sackler Gallery, Smithsonian, em Washington (2004). As suas publicações incluem vários artigos académicos, bem como os livros: Vidros Mamelucos no Museu Calouste Gulbenkian (2000) e All His Worldly Possessions: The patrimony of the 5th Duke of Bragança, D. Teodósio I (coeditora, 2018).
Shahd Wadi é Palestiniana, entre outras possibilidades, mas a liberdade é sobretudo palestiniana. Procurou as suas resistências ao escrever a sua dissertação de doutoramento em Estudos Feministas pela Universidade de Coimbra, que serviu de base ao livro «Corpos na trouxa: histórias-artísticas-de-vida de mulheres palestinianas no exílio» (2017). Foi então selecionada para a plataforma Best Young Researchers (ERD). Obteve o grau de mestre na mesma área pela mesma universidade com uma tese intitulada «Feminismos de corpos ocupados: as mulheres palestinianas entre duas resistências» (2010). Para os respetivos graus académicos, ambas as teses foram as primeiras no país na área dos Estudos Feministas. Na sua investigação aborda as narrativas artísticas no contexto da ocupação israelita da Palestina e considera as artes um testemunho de vidas. Também da sua.
Dia Internacional dos Museus
Esta é uma das atividades para celebrar o Dia Internacional dos Museus, que este ano conta com uma programação inteiramente online. Conversas, uma exposição virtual e uma visita guiada são algumas das nossas propostas para este dia.
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