Ana Torfs: Echolalia

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Curadoria: Caroline Dumalin

Na sua primeira exposição individual em Portugal, a artista belga Ana Torfs reúne quatro instalações sob o dúbio título Echolalia. O termo ‘ecolalia’ refere-se à repetição de palavras (papaguear) das crianças quando aprendem a falar, mas descreve também uma condição médica que faz alguém repetir compulsivamente palavras e frases ditas por terceiros.

Desde o início da década de 1990 que Ana Torfs tem vindo a construir uma obra única e visualmente surpreendente marcada pelos mundos que as palavras desvelam, sejam elas as do diário de viagem de Cristóvão Colombo (em The Parrot & the Nightingale, a Phantasmagoria) os nomes científicos em latim de vinte e cinco famílias de plantas (em Family Plot), uma série de seis estrangeirismos (em TXT, Engine of Wandering Words), ou os nomes comuns de vinte corantes sintéticos (em […] STAIN […]).

O título da exposição, Echolalia, alude às ligações que ressoam entre as obras expostas. Mais a mais, o conjunto de media reprodutíveis utilizados por Ana Torfs, que vão do som, vídeo, fotografia e projeções de diapositivos à serigrafia e tapeçaria, é extraordinariamente alargado. No fim de contas somos confrontados apenas com os ecos da fonte original: transposições e traduções brincalhonas e poéticas de linguagem ou de texto em imagens, ou vice-versa, que causam desvios de sentido e de interpretação.

No seu trabalho, Ana Torfs aborda analítica e metaforicamente questões fundamentais da representação e das suas estruturas narrativas. Nas instalações que constituem Echolalia, uma arqueologia do conhecimento desempenha um papel crucial: a forma como as coisas são nomeadas e descritas para que seja possível compreendê-las e como, durante a sua transmissão, surgem constantemente novas constelações de palavras, imagens e sons. 

As matérias e os materiais legados do passado a que Torfs recorre na sua aventura de erudição ganham novos sentidos, uma e outra vez, numa tentativa interminável de compreender a complexidade do mundo – revelando, no processo, que qualquer sistema ou ordem não passam de uma ilusão.

Ana Torfs (n. 1963, vive e trabalha em Bruxelas) participou em numerosas e importantes exposições coletivas incluindo Parasophia, Quioto (2015), 11.ª Bienal de Sharjah (2013), Manifesta 9, em Genk, Bélgica (2012), 2.ª Bienal de Montreal (2000) e 3.ª Bienal de Lyon (1995). As suas exposições individuais incluem as realizadas no WIELS Contemporary Art Centre, em Bruxelas (2014), na Generali Foundation, em Viena (2010), na K21 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf (2010), no Sprengel Museum, em Hanôver (2008), no Argos Centre for Art and Media, em Bruxelas (2007), na Daadgalerie, em Berlim (2006), na GAK Gesellschaft für Aktuelle Kunst, em Bremen (2006), e no Palais des Beaux-Arts (BOZAR), em Bruxelas (2000).

Ana Torfs: Echolalia foi produzida em colaboração com o WIELS Contemporary Art Centre, em Bruxelas. Curadoria: Caroline Dumalin.

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