Exposição itinerante de fotografia do coreógrafo Hans van Manen (1932), intitulada «Dance Has Many Faces», parte do Festival de Dança Holandesa Contemporânea, organizado pelo Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE), em colaboração com o Netherlands Theatre Institute, no âmbito do Acordo Cultural Luso-Holandês.

Este festival teve lugar na Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna, entre 4 e 16 de novembro de 1986, e contemplou um programa constituído por dança holandesa de vanguarda, numa fusão de dança, performance, teatro, vídeo e música, apresentado pelas companhias Bart Stuyf & Company, Introdans, Harry de Wit, Shusaku Takeuchi e Isabelle Guillaume e Krisztina de Chatel. Foi uma iniciativa de grande envergadura, que pretendia contribuir para um melhor conhecimento da cultura holandesa em Portugal e para o estreitamento das relações culturais entre os dois países. Neste sentido, o programa do festival contemplava a realização de um conjunto de atividades educativas com worskhops, espetáculos gratuitos para escolas e sessões de vídeo que tinham como objetivo informar os públicos sobre o panorama da dança holandesa contemporânea (Carta de Maria Madalena de Azeredo Perdigão para Leopold Quarles van Ufford, 2 abr. 1986, Arquivos Gulbenkian, ACARTE 00395).

A exposição de fotografia teve lugar no Hall do Centro de Arte Moderna (CAM) em novembro de 1986 e apresentou um conjunto de 30 fotografias a preto-e-branco, que fazem um estudo do corpo humano. Reconhecido internacionalmente como coreógrafo, Hans van Manen começou a fotografar 1973, tendo publicado o seu primeiro livro de fotografia em 1986. A presença da exposição no CAM fez parte de uma itinerância começada no Centre Georges Pompidou, de Paris, em setembro de 1985, e pensada pelo Netherlands Theatre Institute.

Além do catálogo, foi encontrado um pequeno folheto que contém algumas reproduções das fotografias expostas e uma biografia do coreógrafo. Segundo Maria Madalena de Azeredo Perdigão, a mostra de dança holandesa contemporânea revestiu-se de «muito êxito, tendo conquistado o agrado da crítica e do numeroso público que esgotou todos os dias da lotação da Sala Polivalente» (Carta de Maria Madalena de Azeredo Perdigão para José Tadeu Soares, 27 nov. 1986, Arquivos Gulbenkian, ACARTE 00395). O êxito da exposição é igualmente referido numa carta de agradecimento do embaixador dos Países Baixos a Madalena de Azeredo Perdigão, diretora do ACARTE (Ofício de Christoph Albert van der Klaauw para Maria Madalena de Azeredo Perdigão, 27 nov. 1986, Arquivos Gulbenkian, ACARTE 00395).

Embora não tendo sido objeto de crítica especializada, a exposição foi largamente divulgada e elogiada na imprensa nacional no contexto do festival.

Carolina Gouveia Matias, 2017