Tapeçarias Suíças. Artistas de Hoje

Exposição-concurso itinerante de tapeçaria contemporânea de longo circuito europeu (1977-1981), que contou com a seleção de um júri presidido por René Berger, historiador suíço e conservador do Musée Cantonal des Beaux-Arts de Lausanne. Foram expostas 40 tapeçarias de 28 artistas, entre os quais a pintora Cyril Bourquin e a artista Elsi Giauque.
Travelling exhibition-contest on contemporary tapestry held at various locations across Europe over the course of several years (1977-1981). The jury, appointed by Swiss historian and conservator at the Musée Cantonal des Beaux-Arts in Lausanne, René Berger (1915-2009), selected 40 tapestries by 28 artists, with painter Cyril Bourquin (1930) and artist Elsi Giauque (1900-1989) among the participants.

 

Exposição itinerante de tapeçaria contemporânea, de longo circuito europeu (1977-1981), que percorreu países como a Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Reino Unido, Hungria, Itália, Países Baixos, Espanha, Polónia, Roménia, Suíça, Checoslováquia e Jugoslávia. Financiada pela Fundação Pro Helvetia, a iniciativa foi protagonizada pelo Groupe de Cartonniers-Lissiers Romands (GCLR – Grupo de Tapeceiros Romandos) e pelo Centro Internacional de Tapeçaria Antiga e Moderna (CITAM), responsável também pelo desenvolvimento da prática artística da tapeçaria através da realização das Bienais Internacionais de Tapeçaria de Lausanne, que por sua vez reuniram para esta mostra um júri-seleção encarregado da escolha dos artistas com as melhores propostas.

O júri desta exposição-concurso foi presidido por René Berger, historiador suíço e conservador do Musée Cantonal des Beaux-Arts de Lausanne, que selecionou os 28 artistas que figuram na exposição, de entre 40 concorrentes que submeteram candidatura.

A exposição contaria com um total de 40 tapeçarias. Entre as participações destaca-se a de Cyril Bourquin (1930), pintora e gravadora que viria, mais tarde, e por duas vezes (1984 e 1987), a expor individualmente na FCG e que se encontra representada na Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian.

Mas o destaque iria para a artista homenageada, Elsi Giauque (1900-1989), representada na mostra e também membro do júri, «dado o seu papel de pioneira na renovação da tapeçaria, a nível nacional e internacional» (Tapeçarias Suíças. Artistas de Hoje, 1981).

Para a realização da exposição em Lisboa, a organização ficaria a cargo da Embaixada da Suíça em Portugal, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, mediante o apoio do seu Serviço de Exposições e Museografia.

A exposição inauguraria em janeiro de 1981, na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 0), em simultâneo com uma outra mostra dedicada aos fotógrafos suíços, num projeto cuidado, que beneficiava a leitura e o diálogo entre as obras (armadas, em suspensão ou a propagarem-se pelo chão) através de amplas áreas de circulação e rentabilização do espaço.

Na sua crítica à exposição, José-Augusto França faria um reparo relativamente ao facto de se tratar de uma representação quase exclusivamente feminina, com exceção para a participação de Claude Frossard (1935) e Jean Claudevard (1930-2004), levantando a questão de haver ainda preconceito de género nesta prática artística (França, Colóquio/Artes, mar. 1981, p. 72). O crítico e historiador afirmaria igualmente a importância de se enquadrar na programação expositiva mostras que reflitam uma maior abertura em relação aos suportes menos tradicionais, como a pintura e a escultura, argumentando com o interesse em refletir sobre «propostas formais inéditas» no âmbito da tapeçaria, que estabelecem cruzamentos interdisciplinares dignos de interesse, nomeadamente no âmbito da escultura («tapeçaria-objecto», «em vulto», «altos relevos», «écrans») (Ibid.).

A mesma ideia é reforçada por Manuela de Azevedo na sua crítica para o Diário de Notícias, ao referir que a tapeçaria, «depois de se ter apoderado da pintura, se está a transformar em escultura e, até mesmo, em conjuntos de objectos escultóricos» (Azevedo, Diário de Notícias, 1 fev. 1981).

Filipa Coimbra, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias

José Sommer Ribeiro (à esq.) e Roberto Gulbenkian (à dir.)
Roberto Gulbenkian (ao centro)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00204

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, lista de obras, seguros, correspondência recebida e expedida e recortes de imprensa. 1980 – 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02122

10 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0089-D00303

27 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0089-D00301

6 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0089-D00302

21 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.