Conjunto de obras selecionadas para integrar a representação portuguesa à XI Bienal de São Paulo, inaugurada em 4 de setembro de 1971. Esta mostra, organizada pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo e pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi igualmente planificada com a colaboração da Sociedade Nacional de Belas-Artes e da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA). O comissariado da exposição ficou a cargo do pintor Fernando de Azevedo.

O tema da mostra portuguesa, «Almada e as Origens do Modernismo Português», visava dar uma retrospetiva da obra de Almada Negreiros (1893-1970), homenageando assim o artista recentemente desaparecido (15 de junho de 1970).

A seleção de obras pretendia, segundo as palavras de Fernando de Azevedo na introdução do catálogo referente à representação portuguesa, que a participação nacional «fosse dirigida mais especialmente num sentido de informação, tomando esta o passo às valorações competitivas. Julgamos trilhar, assim, um dos rumos que cabem, justamente, na disciplina cultural da Bienal» (Representação Portuguesa à XI Bienal de São Paulo, 1971, p. 9).

Foram escolhidas para o efeito 33 obras de Almada Negreiros, um óleo de Eduardo Viana (1881-1967), um outro de Guilherme Santa-Rita (1889-1918) e três de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918). Ao conjunto acrescia um outro núcleo, designado como «painéis com documentação fotográfica sobre Almada e as origens do movimento modernista português», com imagens ilustrativas deste subgrupo temático individualizado na orgânica do conjunto expositivo (Ibid., p. 56).

De acordo com o texto assinado pelo comissário da representação portuguesa à Bienal de São Paulo, com esta exposição pretendia-se «servir um momento raro da nossa cultura, em que os artistas e os poetas se reuniram, para falarem pelas primeiras vezes a linguagem nova. Essa também a razão de certos aspectos documentais que se mostram, a par das obras dos pintores, por forma a que melhor se passe à identificação do momento e do que queriam» (Ibid., p. 12).

Isabel Falcão, 2017