Ponto de Encontro. 25 Anos de Intervenções no Departamento de Joalharia do Ar.Co

25.º Aniversário do Departamento de Joalharia da Ar.Co

Exposição organizada em comemoração do 25.º aniversário do Departamento de Joalharia do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual. Comissariada por Tereza Seabra, a mostra apresentou um notável conjunto de joias de autor, produzidas por 65 artistas portugueses e estrangeiros.
Exhibition organised in honour of the 25th anniversary of the Jewellery Department at Ar.Co – Centre for Art and Visual Communication. Curated by Tereza Seabra, the show presented a notable selection of art jewellery by 66 artists, both Portuguese and foreign.

A exposição «Ponto de Encontro. 25 Anos de Intervenções no Departamento de Joalharia do Ar.Co» assinalou os 30 anos do Ar.Co e, simultaneamente, os 25 anos do seu Departamento de Joalharia. Esteve patente no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP) entre 26 de fevereiro e 30 de maio de 2004.

A mostra reuniu um conjunto de trabalhos produzidos por 65 artistas, portugueses e estrangeiros (onde se incluem professores, ex-professores, alunos e finalistas), permitindo «dar visibilidade, pela primeira vez em Portugal, à jóia de autor inserida no contexto de artes plásticas, o que certamente contribui para o seu melhor entendimento como forma de expressão plástica» (Ponto de Encontro. 25 Anos de Intervenções no Departamento de Joalharia do Ar.Co, 2004). De acordo com informação disponível no site do Ar.Co, todos os artistas «partilharam no Ar.Co as suas referências e foram de modos diversos instrumentais para o crescimento do departamento de Joalharia» («Ponto de Encontro. 25 Anos de Intervenções no Departamento de Joalharia do Ar.Co», Arco. Abecedário).

Ao longo deste quarto de século, o Departamento de Joalharia do Ar.Co, fundado em 1978 pela artista e comissária da exposição Tereza Seabra, interveio na luta para o reconhecimento e importância do ensino da joalharia a nível nacional. De acordo com a comissária, as relações e parcerias com outras instituições e artistas contribuíram «para uma melhor estruturação do departamento e ajudaram a definir com maior clareza os seus objectivos» (Ponto de Encontro…, 2004).

A joalharia de autor foi criteriosamente apresentada na entrada e no piso superior do CAMJAP, dando a conhecer o percurso das últimas décadas e começando no final dos anos 60, período em que «a joalharia de autor foi dando forma a um novo campo de produção artística» (Silvano, Público, 6 mar. 2004).

A partir dos anos 80 do século XX, «a joalharia de autor acabará por se desenhar […] no interior de uma rede de relações que envolve autores, escolas, galeristas, críticos, coleccionadores e, não menos importante, afectos», até chegar ao auge da contemporaneidade, na qual estes artistas conseguem expor e vender as suas peças «no interior de circuitos por eles dinamizados» (Ibid.).

O percurso realizava-se através de espaços diferenciados, ocupando vários tipos de dispositivo, desde «vitrinas rasgadas nas paredes, vitrinas de chão, mudanças de cores das paredes e construção de núcleos isolados que, por vezes, respondem a lógicas de instalação» (Ibid.). No início desta viagem expositiva, o visitante era recebido por uma peça da autoria de Tereza Seabra, composta por «objectos heteróclitos colocados sobre uma linha desenhada a lápis» (Ibid.), inseridos numa enorme caixa quadrada. Esta peça funcionou como um ponto de partida para este «Ponto de Encontro», anunciando a enorme diversidade expositiva do espaço. No primeiro piso, os visitantes encontravam uma peça de Thomas Gentille, «uma série de alfinetes que resultam de uma pesquisa sobre a conjugação de materiais como sejam a casca de ovo, a madeira, a pedra-pomes e pigmentos» (Ibid.).

O percurso dava a ver trabalhos tão diversos quanto as pulseiras criadas por Katharina Menziger, ou os anéis com que Cristina Filipe, numa abordagem mais conceptual, prestava tributo à figura de Joana d'Arc. A mostra terminava, como começou, com uma peça de Tereza Seabra, que, voltando aos afetos, com «dois colares em ouro e coral e uma pequena caixa em ouro cheia de formas que são evocações de universos de protecção e de prazer» (Ibid.), se despedia do departamento que criara vinte e cinco anos antes, confiando o seu lugar à artista Cristina Filipe. A mostra incluiu ainda um núcleo dedicado ao trabalho escolar, focando as várias atividades pedagógicas e produções do departamento e incluindo outras peças da coleção de joalharia do Ar.Co.

Todas as peças expostas figuram no catálogo bilingue (português/inglês) publicado por ocasião da mostra e que inclui apresentações de Jorge Molder, Manuel Castro Caldas e Tereza Seabra. A publicação reconstitui a história do Departamento de Joalharia do Ar.Co, contém dados biográficos dos artistas representados e termina com o núcleo dedicado aos trabalhos escolares que se encontravam em processo. Entre os autores dos ensaios presentes no catálogo, destacam-se Alexandre Melo, a investigadora Barbara Armbruster, o designer britânico Robin Fior e o professor especializado na área de astrologia filosófica José Prudêncio, que deu aulas sobre a simbologia astrológica no Ar.Co, com o principal intuito de «estabelecer relações entre significados, metais, cores e elementos, de modo a proporcionar aos alunos um enriquecimento de referências simbólicas que poderiam vir a ser usadas na criação de peças de joalharia» (Ponto de Encontro…, 2004).

A exposição foi acompanhada por um ciclo de conferências, ocorridas no dia 26 de fevereiro de 2004, em que intervieram a galerista Marie José van den Hout e os joalheiros Thomas Gentille, Ruudt Peters e Manuel Vilhena.

O material fotográfico disponível em arquivo permite perceber o modo como se organizou o espaço expositivo. Na inauguração estiveram presentes alguns dos artistas representados, personalidades ligadas ao Ar.Co e à Fundação Calouste Gulbenkian, bem como muito público, nacional e internacional, interessado em joalharia de autor.

Joana Atalaia, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Ciclo de conferências

[Ponto de Encontro. 25 Anos de Intervenções no Departamento de Joalharia da Ar.Co]

26 fev 2004
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Jorge Molder (à dir.)
Jorge Molder (atrás, à esq.) e Emílio Rui Vilar (à dir.)
Jorge Molder (atrás, à esq.) e Emílio Rui Vilar (ao centro)
Emílio Rui Vilar (à dir.)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00531

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém listas de participantes na exposição e eventos associados. 2004 – 2004

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00527

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém separadores para cada artista participante, assim como correspondência trocada sobre a cedência das obras para a exposição e projeto para o convite. 2003 – 2004

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 120948

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG-CAMJAP, Lisboa) 2004

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 114246

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG-CAMJAP, Lisboa) 2004


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