Mário Novais cresceu numa família de fotógrafos, os fotógrafos Novais, em atividade desde o último quartel do século XIX, foi é precisamente ao trabalhar com o seu tio Eduardo Novais na Photographia Bastos, desde 1911, que começou a ganhar experiência. Contudo, foi na Photographia Vasques, no Chiado, que Mário Novais iniciou carreira, nos anos 20, tornando-se o principal fotógrafo dessa casa. Na mesma década, iniciou o seu trabalho independente com laboratório próprio.
Em 1933, abriu o seu estúdio homónimo, Estúdio Novais, na Avenida da Liberdade, especializado em fotografia de obras de arte e arquitetura, dando início a cinquenta anos de atividade.
Mário Novais realizava retrato, fotorreportagem, fotografia publicitária, comercial e industrial, sendo requisitado por diversas entidades, desde instituições culturais até ao setor comercial, e, ainda, por particulares. Foi com a fotografia autoral e de arte e arquitetura que se estabeleceu como referência, expondo individual e coletivamente. As participações no Salão da Voga, em 1928, e no I Salão dos Independentes, em 1930, seriam particularmente relevantes. Produziu imagens que ilustravam livros de historiadores de arte, como José-Augusto França ou Reynaldo dos Santos, tornando-se também o fotógrafo de museus por excelência. Nesse contexto, desenvolveu uma longa relação com a Fundação Calouste Gulbenkian, fazendo a inventariação fotográfica do seu acervo e a ilustração de publicações e catálogos de exposições.
A partir dos anos 40, Mário Novais contou com a colaboração de dois assistentes, Abílio Barata e Mário Soares, que, após a sua morte, a 7 de outubro de 1987, deram continuidade à atividade do estúdio por mais quinze anos, até 18 de junho de 1982.
O espólio fotográfico do Estúdio Novais foi adquirido pelo Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian a 10 de março de 1986, integrando o acervo do Arquivo de Arte. Desde 2001, esta coleção, de mais de 80 mil documentos fotográficos de diversos tipos, está integrada na Coleção da Biblioteca de Arte.