PAJE, a plataforma que se dedica a apoiar quem viveu em casas de acolhimento

O Programa Cidadãos Ativ@s, no âmbito do seu quarto eixo de atuação (Reforçar a Capacidade e Sustentabilidade da Sociedade Civil), apoia a plataforma PAJE: a primeira do país a ajudar os jovens que saem das casas de acolhimento e que já deu assistência a duas centenas de pessoas.
© PAJE

A PAJE (Plataforma de Apoio a Jovens Ex-acolhidos) é a primeira plataforma em Portugal a dedicar-se exclusivamente ao apoio de pessoas que viveram em casas de acolhimento.

A ideia surgiu quando João Pedro Gaspar terminou a tese de doutoramento, dedicada aos desafios que os jovens institucionalizados enfrentam no momento em que começam a fazer a vida sozinhos. O presidente da direção da PAJE percebeu que havia uma lacuna nos apoios após a saída da instituição e decidiu fundar a associação.

João Pedro Gaspar explica que objetivo é “produzir mudança” e “dar algumas competências” aos jovens que saem do acolhimento. A associação já chegou a quase 200 jovens.

 

 

Grande parte do trabalho da plataforma é feito com voluntários de várias áreas, que podem ir de consultas de psicologia, a apoio nos estudos ou até mesmo questões burocráticas.

Neste sentido, o responsável explica que há casos de jovens que estão no país desde os três ou quatro anos e “cuja nacionalidade nunca foi tratada” e, agora, como adultos necessitam de tratar do processo. “São aspetos burocráticos que podem ser tratados sem o contacto presencial dos jovens”, esclarece.

“Quando falamos do acompanhamento psicológico dos jovens, é importante que haja uma relação de confiança e um núcleo duro que acaba por fazer a ligação entre voluntários da região da zona geográfica mais próxima ou com as novas tecnologias”, acrescentou o presidente.

Mas para conseguirem ajudar estes jovens, a PAJE sentiu a necessidade de receber apoio e foi através do programa Cidadãos Ativos que conseguiu identificar carências e desenvolver os pontos fortes.

O apoio do programa permitiu capacitar a organização através da realização de diagnósticos de necessidades organizacionais e elaboração de planos de ação.

João Pedro Gaspar defende que é preciso perceber as limitações do sistema, mas também “abrir caminhos” e ser um “farol” tendo em conta os recursos humanos da associação, frisando que estão a ponderar ser reconhecidos como Instituição Particular de Solidariedade Social.

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Atualização em 03 novembro 2020

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