A transformação de peças de roupa como resposta para jovens com deficiência
O (Re)veste dá uma vida nova a roupa em segunda mão e são jovens com deficiência a fazer as transformações das peças de vestuário. É no Centro Social de Soutelo, em Rio Tinto, Gondomar, que tudo acontece.
O projeto pretende dar resposta a dois problemas: por um lado, a falta de respostas de emprego para jovens com deficiência, por outro, o excesso de doações de roupa à loja social do Centro Social de Soutelo.
“Há a recolha das peças usadas, que são transformadas através de uma oficina de costumização de roupa em que passam por um processo de desenho e transformação efetiva, tornando-se uma peça nova, única, atraente e que as pessoas desejem voltar a usar”, explica a responsável, Renata Martins, que acrescenta a importância de o projeto promover a economia circular, reaproveitar recursos, reutilizar de materiais já existentes e devolver as peças à comunidade depois de prontas.
O principal objetivo do Re(veste) é promover a inclusão social e dar emprego a jovens com deficiência, sobretudo cognitiva, já que são jovens que já esgotaram o seu percurso nas instituições e que precisam de ganhar competências para continuarem o projeto de vida.
“O objetivo não é criar costureiros ou estilistas, embora essa capacitação em algumas dimensões vá ocorrer, mas acima de tudo utilizamos arte como um fator motivacional, de participação, é uma forma de promovermos aprendizagem, expressão dos jovens e promoção da autoestima”, conta.
Além da aprendizagem em costura e design de moda, o centro oferece também oficinas semanais para desenvolver outras competências. “Os jovens podem trabalhar comunicação, gestão de conflitos, autonomia, empregabilidade, todo um conjunto de questões que os vão ajudar a ser mais autónomos na construção do seu projeto de vida”, acrescenta a responsável, que aponta ainda para o facto de a oficina trabalhar também conteúdos relacionados com a literacia financeira e digital, por serem competências que os jovens necessitam de desenvolver
O (Re)veste quer ir mais longe e transformar-se numa cooperativa social de transformação de roupa para poder vender as peças a médio/longo prazo, tanto para “gerar empregabilidade para alguns dos participantes” como para criar “uma marca de roupa costumizada e [onde] as peças serão comercializadas em pontos físicos e numa plataforma digital”.
O projeto (Re)veste já chegou a 40 jovens entre os 15 e os 35 anos, mas quer chegar a pelo menos mais 20. Começou em abril do ano passado e decorre até setembro de 2021.
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