Quem deve ser salvo se o mundo acabar? O exercício de cidadania para ensinar jovens
O fim do mundo aproxima-se e é preciso escolher um grupo de pessoas para continuar a espécie humana noutro local. Quem deve seguir viagem? Uma advogada jovem com princípios ambientais pouco éticos, um padre, uma prostituta ou um homem que já cometeu vários crimes?
São os jovens do projeto ‘#Cidadania’ a decidir, em sessões organizadas pela Associação Mais Cidadania, como explica a responsável pelo projeto, Maria Marques.
“Os jovens têm de interpretar personagens e depois tem de haver uma escolha, quem é que vai ser os sobreviventes, quem é que vai ser salvo”, começa por contar, acrescentando que “são personagens reais, mas com características que não são lineares”, já que têm uma profissão e uma “características que às vezes no nosso cérebro não são preto ou branco”.
Esta é apenas uma das dinâmicas que a associação leva a três escolas em Lisboa e uma no Barreiro. Além das aulas de cidadania, o projeto convida os jovens a desenvolverem campanhas e a participarem em iniciativas comunitárias e de voluntariado.
“Acreditamos que o voluntariado é a expressão da cidadania” e, assim, se se pretende que haja jovens adultos “envolvidos e que defendam causas”, tem de se começar mais cedo e com “este tipo de ações”.
A associação tenta ser “a ponte entre os os interesses dos jovens e o que já existe”.
Mais ainda, a associação quer também que os jovens procurem fontes de financiamento que permitam fazer andar alguns projetos.
“O objetivo é que os jovens identifiquem um problema e façam uma proposta para encontrar financiamento para implementarem um projeto”, esclarece, frisando que há sobretudo sessões de informação e dúvidas.
Para cativar outros jovens, Maria Marques explica é preciso que os pares sejam uma espécie de influencers que sirvam de inspiração uns para os outros.
É preciso mostrar que a cidadania é algo que “acrescenta valor” e para isso é preciso apostar na “educação de pares”.
O projeto ‘#Cidadania” está no terreno há mais de um ano, quer chegar a 400 jovens e 50 professores em 4 escolas e termina em julho de 2021.
Por: