A importância das novas teconologias na comunicação das ONG
As tecnologias imersivas e o storytelling podem ajudar as organizações a conseguirem mudanças sociais. Para que tal aconteça, a Fundação Fé e Cooperação (FEC) vai abrir um concurso para formar entidades que queiram influenciar políticas públicas.
Com a forma de comunicar com o público a mudar, Maria Marques, da FEC explica que “as ONG têm uma imensa dificuldade em acompanhar estas mudanças vertiginosas” e, por outro lado, está a assistir-se a uma “crescente digitalização” que pode ser utilizada de diversas formas.
“As ONG portuguesas ainda usam muito a questão da comunicação e reduzem a comunicação a uma questão de quase relações públicas, de identidade, de reputação e não utilizam as ferramentas de comunicação para mobilizar e influenciar os seus públicos para a transformação social, daí a importância de dominarem essas novas ferramentas e de conseguirem navegar neste ecossistema para conseguirem levar os seus públicos-alvo a se interessarem para o bem comum e o interesse público”, explica a responsável.
Maria Marques refere ainda que é preciso que quem trabalha no setor das ONG tenha um olhar atento para as notícias falsas, frisando que “se queremos que os colaboradores estejam informados para conseguirem mobilizar os seus grupos-alvo para uma transformação pessoal, suportar propostas de alteração de políticas, têm de estar informados e identificar o que é verdadeiro e falso”.
Assim, através de um laboratório de aprendizagem em comunicação, a FEC vai ajudar cerca de 20 organizações escolhidas através de concurso, que vai ser lançado no final de março, e onde se pretende que os formandos aprendam a comunicar, por exemplo, através de storytelling.
“Quando ouvimos uma história e nos conseguimos identificar e gerar ali alguma relação emocional, quando nos importamos conseguimos passar à ação e o storytelling tem esse potencial, não se trata apenas de uma narrativa, trata-se de utilizar técnicas específicas para conseguirmos transmitir uma mensagem de forma mais eficaz”, justifica Maria Marques.
Neste sentido, a coordenadora do projeto explica que as tecnologias imersivas também fazem parte da formação: “Estamos a falar de questões como realidade virtual, vídeos de 360 graus, mixed reality, realidade aumentada.”
Este projeto inclui também um bootcamp, uma viagem à Noruega para conhecer bons exemplos e noites ‘pop up’ de storytelling que vão juntar organizações, com humoristas e jornalistas.
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