Cooperações internacionais para “projetos mais robustos”

A partilha de experiências com entidades dos três países financiadores (Islândia, Liechtenstein e Noruega) do programa Cidadãos Ativos contribui para "projetos com grande valor acrescentado".

 

O programa Cidadãos Ativos quer juntar organizações de vários países para que aprendam umas com as outras. Estabeleceu, por isso, parcerias bilaterais entre organizações portuguesas e instituições da Noruega, Islândia e Liechtenstein.

A Noruega, por exemplo, é considerado o país mais democrático do mundo, seguido da Islândia, segundo os últimos dados do Índice de Democracia, ranking que há muito não se altera.

A contribuir para estas democracias bem consolidadas está um setor muito influente a sociedade civil, explica Mafalda Leónidas, diretora-adjunta do programa Cidadãos Ativos.

“Há uma participação muitíssimo ativa da sociedade civil na monitorização das políticas públicas, nas decisões que são tomadas nas várias áreas, porque o governo trabalha com as organizações da sociedade civil, ouve-as, e trabalham muito em conjunto, que é uma coisa que em Portugal normalmente não acontece.”

Também é uma questão de financiamento: na Noruega há organizações que são sustentáveis porque têm fontes de financiamento diversificadas, nota Mafalda Leónidas “É muito diferente do nosso caso em que as instituições têm dificuldade em obter financiamento e poderão ficar dependentes de quem as financia”.

Com estes projetos bilaterais pretende-se que “haja partilha de experiências entre instituições, para permitir que venham a trabalhar em conjunto e apresentar projetos aos eixos do programa”.

São promovidas conferências, reuniões e visitas de peritos dos Estados financiadores às organizações onde se abordam “diversos temas de interesse para as instituições”, conta a diretora-adjunta do programa Cidadãos Ativos.

As organizações também podem encontrar-se online através de uma base de dados de acordo com o país e temas a que se dedicam. Mas para encurtar a distância entre os três países, todos os anos há encontros entre as organizações.

“Temos, por exemplo, eventos de ‘match making’ em que promovemos o contacto presencial entre as organizações, convidamos organizações ONG portuguesas e ONG dos três países financiadores.” Iniciativas como esta permitem que os responsáveis pelas organizações “se conheçam pessoalmente, comecem a conversar e que vejam se têm os tais pontos em comum para se envolverem, depois, numa maior cooperação”.

Houve um ‘match making’ em 2019 haverá outro em 2020, no primeiro trimestre, conta Mafalda Leónidas. E a partilha vai nos dois sentidos:

As organizações portuguesas beneficiam muito com o conhecimento adicional das empresas financiadoras, mas “há coisas que as instituições dos países financiadores também aprendem connosco”. O certo é que quando se desenvolvem projetos em conjunto, vamos com certeza ter projetos muito mais robustos porque temos a nossa realidade portuguesa e ao mesmo tempo toda a experiência dos países financiadores”.

Para as parcerias acontecerem, o programa Cidadãos Ativos tem um concurso público aberto em permanência até 2023 “ao qual as organizações não-governamentais portuguesas se podem candidatar fundamentalmente em áreas consideradas prioritárias para o programa e também para esta cooperação”: a capacitação advocacy e monitorização de políticas públicas, angariação de fundos e diversificação das fontes de financiamento, assim como gestão de voluntariado.

 

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Atualização em 02 dezembro 2019

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