Promover a integração profissional de migrantes e refugiados
No ultimo ano, o Serviço Jesuíta aos Refugiados recebeu 800 inscrições para formação. Através do projeto Work Up, esta instituição promove cursos para preparar migrantes e refugiados para o mercado de trabalho em Portugal.
O projeto inserido no terceiro eixo do programa Cidadãos Ativos, gerido pela fundações Gulbenkian e Bissaya Barreto, formava cerca de 200 pessoas anualmente e percebeu que era preciso agir para alargar os cursos a mais pessoas.
“A taxa de sucesso dos nossos projetos de formação com vista à integração profissional ronda os 80%”, destaca Cláudia Santos do Serviço Jesuíta aos Refugiados, explicando que o curso inclui
formação prática em contexto de trabalho em três áreas principais: cuidados a idosos, refeitório-copa e reposição de loja na área do supermercado.
“Temos parceria com a associação Aguinense – grande parte da nossa população é muito proveniente dos PALOP, principalmente da Guiné-Bissau – que nos ajuda em termos de cultura; temos parcerias fundamentais para execução da formação prática, como a Casa da Nossa Senhora de Vitória na área dos cuidado básicos a idosos, a Jerónimo Martins e na área do refeitório-copa a Uniself”, explica a responsável.
O programa inclui ainda apoios específicos, como alimentação e pagamento do passe. “Há um conjunto de apoios que conseguimos promover para aquelas pessoas durante o período de formação. É o mínimo e o básico para que a pessoa esteja durante três meses em condições dignas de fazer uma formação e lutar por um objetivo que é a sua integração profissional.”
Para os migrantes e refugiados que chegam a Portugal arranjar emprego e aprender português são as prioridades, mas também as principais dificuldades. Cláudia Santos considera que a formação ajuda a desbloquear esse processo.
“Aquilo que as pessoas tentam é encontrar algum objetivo que as faça traçar o seu projeto de integração em Portugal. Aquilo que fazemos é pensar em conjunto com a pessoa, de acordo com aquilo que ela já fez no seu país de origem, de acordo com aquilo que ela estudou, e perceber que área é que podia integrar. Ver mais ou menos o perfil que a pessoa tem e dar-lhe um pouco de ânimo.”
“As pessoas dizem ‘três meses é muito’, mas quando estão lá dizem que não querem sair. Têm uma capacidade muito grande de lutar pelos seus objetivos, são muito persistentes naquilo que querem, muito resilientes e têm uma força de vontade extraordinária”, nota a responsável.
A primeira ronda de cursos formou 24 refugiados e migrantes, 17 dos quais conseguiram trabalho, mas projeto Work Up do Serviço Jesuíta aos Refugiados quer ainda chegar a cerca de 90 pessoas em Lisboa ao longo dos próximos dois anos.
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