Das aulas para as decisões, alunos podem resolver problemas socioambientais
O projeto ‘Vamos Cuidar do Planeta’, da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, pretende que alunos de 20 escolas no país tenham a possibilidade de identificar problemas socioambientais no território em que vivem e agir para resolvê-los. O projeto está inserido no primeiro eixo do programa Cidadãos Ativos, gerido pela Fundação Gulbenkian e pela Bissaya Barreto.
Os problemas sociaisambientais estão um pouco por todo o lado e as escolas não são exceção, o que levou a associação a iniciar um projeto que começa na sala de aula, mas que pretende ir bem mais longe, onde há capacidade de decisão.
Laura Gonzalez, coordenadora do projeto, explica que “cada escola adotou um método, através de entrevistas, leituras de jornais locais, reuniões com investigadores” para que os alunos identificassem problemas socioambientais. “Muitas vezes os alunos começam com problemas na própria escola”, justifica, referindo-se a questões como o desperdício alimentar, a má gestão dos resíduos ou o excesso de gasto de água ou eletricidade.
Ouça a peça sobre Educação Socioambiental, do programa Cidadãos Ativos
Antes de avançarem para esta fase, houve um “pequeno teste” e os alunos identificaram como um problema o “cocó nas ruas”. “Não era o problema real que nós identificámos, mas para eles era um problema, então fizemos uma intervenção de rua, falámos com a EDP, com a junta de freguesia e foram feitas intervenções artísticas nas caixas de eletricidade com slogans para chamar a atenção dos problemas”, recorda, fazendo notar que a palavra mais importante foi a dos alunos, como o programa pretende.
O objetivo é que sejam os alunos do sétimo e do oitavo ano a identificarem os problemas e a resolvê-los para que se sintam parte da solução, já que “são cidadãos do presente, agem e têm poder de decisão, ao seu nível, mas têm pode de decisão”.
O projeto não acaba na sala de aula, nem na rua do bairro e a associação quer que os alunos falem dos problemas com quem tem poder para resolvê-los.
“Uma das partes quer da formação de professores quer das sessões nas escolas é ver como é estes períodos escolares poderão influenciar uma política pública a nível da junta de freguesia, da câmara e que existam estes diálogos”, explicou a responsável, acrescentando que muitas vezes faz falta aos alunos perceberem que têm o poder de decisão.
“Uma coisa que os alunos sentem falta é que não se cria o momento e o espaço para dialogarem com políticos, sentem que estão a desenvolver projetos a nível escolar e que poderão não ter impacto. O facto de criarmos um momento para dialogarem com políticos que depois tenham uma resposta também é muito importante”, reiterou Laura Gonzalez.
O projeto inclui também formação para professores acesso uma plataforma virtual, com vários materiais e acompanhamento do projeto por um técnico da ASPEA.
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