• 2006
  • Papel
  • Pastel
  • Inv. 06P1372

Paula Rego

Vanitas

Vanitas foi uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian incluída no vasto programa das celebrações do cinquentenário da instituição em 2006. Numa entrevista televisiva, emitida no dia da apresentação do tríptico no CAM, Paula Rego conta ter pintado o painel central em último lugar: «Por fim, dei a importância toda à mulher, levantei-a. Note que estas duas figuras de mulher estão cortadas porque eu estava a pintar de cima e não via a parte de baixo; dei toda a importância a ela, ela teve que pôr a simbologia toda, as histórias e os mistérios, tudo, para trás da cortina e continuar a viver».

Pintando alguns objetos usados tradicionalmente nas vanitas (muito embora introduza outros inéditos ou reconhecíveis em quadros anteriores), Paula Rego parece seguir o tema canónico deste género de natureza-morta, popular na Europa do final do século XVI ao século XVIII: tudo na vida é efémero, o Homem é um ser para a morte. Porém, se nos painéis laterais o modelo Lila representa o torpor, o desengano e a implacabilidade imposta pela morte, no painel central, subvertendo o fatalismo clássico das vanitas, a figura feminina reemerge, liberta dos condicionalismos, como se conquistasse à morte uma nova oportunidade de viver. 

O tríptico de Paula Rego parte do conto Vanitas, 51 Avénue D`Iéna, de Almeida Faria (n. 1943). Na ficção espectral de Almeida Faria Calouste Gulbenkian, embora morto, continua apegado à sua coleção de arte e às aventuras e prazeres que ela lhe proporcionou (assim o revela o solilóquio noturno que impõe a um interlocutor transido de frio e cansaço). Neste aspeto, a Vanitas de Paula Rego constrói a sua antítese: a protagonista atira para trás das costas todos os momento mori e apresenta-se inteira e desafiadora.

 

Susana Neves
Maio 2010

TipoValorUnidadesParte
Altura110cmpainel da esquerda
Largura130cmpainel da esquerda
Altura123cmpainel da esquerda
Altura143cmpainel do centro
Largura132,9cmpainel do centro
Largura130cmpainel da direita
Altura123cmpainel da direita
Altura130cmpainel do centro
Altura110cmpainel da direita
Largura120cmpainel do centro
Largura142,7cmpainel da esquerda
Largura142,7cmpainel da direita
TipoAquisição
DataMarço de 2006
Não Te Posso Ver Nem Pintado
Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo
Curadoria: Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo
15 de Setembro de 2008 a Agosto de 2009
Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea
Nova apresentaçºao da colecção Berardo com exposição intitulada "Não Te Posso Ver Nem Pintado", que será uma reflexão sobre a pintura Figurativa ao longo dos séculos XX e XXI.
Atualização em 02 maio 2023

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.