- 1975
- Tela
- Tinta acrílica
- Inv. 04P1322
Fernando Calhau
S/Título #474
Fernando Calhau ingressa na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1967 para frequentar o curso de Pintura, que conclui em 1973. É ainda estudante (em 1972) quando inicia a série dos quadros verdes, pesquisa que prossegue até 1975.
Desde cedo que Calhau encara o processo criativo como o desenvolvimento de séries de obras relacionadas. É o que podemos encontrar nestas pinturas onde são definidos aspectos que se mantém inalterados, como as dimensões, a forma quadrada ou uma variação cromática muito reduzida, que permite explorar um outro conjunto de características variáveis: gradações tonais e alterações da composição. Não parece existir aqui qualquer conteúdo narrativo, mas sim um explorar das possibilidades de variação dentro da estrutura da série, num sistema de repetição no qual uma pequena variação acrescenta algo ao trabalho anterior.
O percurso artístico de Calhau desenvolve-se em torno de questões relacionadas com o espaço e o tempo. Nesta série parece ser já a noção de espaço, mais concretamente de espaço bidimensional, que está em causa. São pinturas que correspondem a fragmentos de superfícies verticais caracterizadas por uma altura e uma largura. Por vezes distinguimos uma cruz em X (S/ Título #478) (que reaparece frequentemente nas gravuras, nos desenhos ou nos filmes), que assinala o espaço, ou uma margem a circundar a tela, coincidindo com uma espécie de moldura do espaço que enquadra.
São quadros que necessitam de grandes superfícies brancas à suavolta para serem correctamente experienciados pelo espectador. O artista utiliza um verde ácido, frio, “evitando as cores primárias, com as suas conotações sensoriais de espacialização e com uma imediata definição psicológica”*, que mistura com amarelo ou branco. Muitas das telas que compõem esta série apresentam variações de tonalidade muito subtis podendo parecer monocromáticas numa primeira observação apressada, facto que anuncia as suas preocupações posteriores com o monocromatismo: primeiro branco (gravuras), depois verde e, por fim, negro.
Por questões técnicas, que resultam do facto do acrílico secar demasiado rápido criando manchas impossíveis de controlar com o pincel, Fernando Calhau executa estas telas utilizando pistola de spray, que permitia também o acabamento industrial que lhe interessava e que o aproxima das premissas da arte minimal.
* FRANÇA; José-Augusto – Fernando Calhau. Colóquio/Artes. Lisboa 13 (1973) 13.
Mafalda Brito
Junho 2015
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 145 | cm | Suporte |
Largura | 145 | cm | Suporte |
Tipo | assinatura |
Posição | verso |
Tipo | data |
Texto | 1975 |
Posição | verso |
Tipo | Doação |
Data | 15-07-2004 |
Work in Progress, Fernando Calhau, |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2001 |
ISBN:972-635-137-5 |
Catálogo de exposição |
Fernando Calhau, Convocação I e II, (Modo Menor e Modo Maior), Obras no Acervo do CAMJAP, Colecção CAM/JAP |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007 |
ISBN:972-635-186-3 |
Catálogo de exposição |
Work in Progress, Fernando Calhau |
Delfim Sardo |
Curadoria: CAM/FCG |
2001-10-18 a 2002-01-05 Lisboa, CAM / FCG |
Exposição comissariada por Delfim Sardo e apresentada na Galeria do Piso 1 do Centro de Arte Moderna. |
Fernando Calhau, Convocação I e II, (Modo Menor e Modo Maior), Obras no Acervo do CAMJAP, Colecção CAM/JAP |
CAM/FCG |
Curadoria: CAM/FCG |
2006-11-22 a 2007-02-04 CAM / FCG |
2007-02-13 a 2007-04-22 CAM / FCG |
Curadoria de Nuno Faria e programação de Jorge Molder. Convocação I: 22 Novembro 2006 4 Fevereiro 2007, Convocação II: 13 Fevereiro 22 Abril 2007 |