• 1963-2018
  • Papel
  • Gelatina e sais de prata
  • Inv. 19FP669

Fernando Lemos

Sem trânsito

À semelhança do que acontece noutras fotografias da série, a inclinação oblíqua do plano da imagem é a característica mais forte na definição do ponto de vista. O espaço restrito que se abre entre o corrimão ou trave e a abertura recortada no edifício é o espaço do nosso acesso ao exterior a partir do perímetro fechado da imagem.

Mas o que somos levados a fixar ao aceitar as linhas fortes do enquadramento é o alinhamento longitudinal de pequenas pedras achatadas, arrendadas e irregulares, na criação de um caminho na relva. Após uma curva visível junto do edifício em que nos encontramos, esse percurso prolonga-se até ao limite que a vista alcança e, provavelmente, para lá dele. Este elemento, típico do jardim japonês, tem uma simplicidade desarmante, que o plano inclinado da imagem valoriza de forma poética. Mas se lá fora, e apesar de despovoado, o lugar dá sinais da sua preparação para acolher passeios e percursos humanos, cá dentro há um sentimento de não-pertença que tem algo de nostálgico.

 

Leonor Nazaré
Curadora do CAM

Fernando Lemos (1926-2019)
Altura (suporte) 59 cm
Largura (suporte) 49 cm
Altura (mancha) 40 cm
Largura (mancha) 40 cm
Tipo Aquisição
Data Fevereiro de 2019
Atualização em 30 agosto 2024

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