- 1985
- Tela
- Tinta acrílica
- Inv. 86P128
António Dacosta
Não Há Sim Sem Não – O Eremita
Em 1975, o artista regressa à pintura com telas de pequenas dimensões; mas só a partir de 1980 é que a sua actividade se intensifica. O seu “regresso à pintura” coincide com o aparecimento de uma conjuntura internacional, que Dacosta vai seguir, influenciando os jovens pintores portugueses. Os seus quadros, desta época, exploram o universo do quotidiano e de lendas populares, num ambiente lírico.
Não Há Sim Sem Não – O Eremita enquadra-se numa questão temática amplamente trabalhada pelo pintor: o Tempo. A figura representada do lado direito espelha um tempo de reflexão, de escrita, de silêncio. Neste sentido, pode, inclusive, pensar-se numa auto-representação do próprio artista, sobretudo se tivermos em conta as problemáticas levantadas em torno desta questão e centrais na obra de Dacosta: a nostalgia e a memória. Quer a memória, quer a nostalgia devem ser entendidas como resultado de experiências pessoais: num primeiro momento Dacosta saiu dos Açores e partiu para Lisboa e, em 1947, num segundo momento, partiu de Lisboa para Paris. Por isso, a figura pode ser vista como uma auto-representação de um tempo passado. De certo modo, o tempo futuro é marcado pela caveira que representa a morte e o conhecimento, ou até mesmo um autoconhecimento. Assim, O Eremita reflecte uma condição do homem no mundo, em que morte e vida andam a par: «tentar aprender a morte é o modo mais perfeito de tentar aprender a vida.»* Ou, segundo Dacosta, “Não há sim, sem não”, que por outras palavras quer dizer não há vida sem morte, nem conhecimento sem empenho.
Nesta pintura, a morte e o sagrado também estão interligados; a linguagem alegórica e mística, envolvendo a ideia de refúgio e isolamento são próprias de uma vida no eremitério.
* Vergílio Ferreira, Pensar, Lisboa, Bertrand, 1992, pp. 266-267.
PR
Janeiro de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 97 | cm | suporte |
Largura | 130,5 | cm | suporte |
Profundidade | 4,5 | cm | moldura |
Altura | 100,3 | cm | moldura |
Largura | 133 | cm | moldura |
Tipo | data |
Texto | 85 |
Posição | frente, canto inferior esquerdo |
Tipo | assinatura |
Texto | A. Dacosta |
Posição | frente, canto inferior esquerdo |
Tipo | Aquisição |
Data | 1986 |
III Exposição de Artes Plásticas |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, 1986 |
Catálogo de exposição |
Artistas Portugueses Lá Fora |
Lisboa, Museu da Presidência da República, 2009 |
ISBN:978 972 8971 42 7 |
Monografia |
Arte Contemporáneo Portugués |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna, 1987 |
Catálogo de exposição |
III Exposição de Artes Plásticas |
CAM/FCG |
20 de Julho a 31 de Agosto de 1986 Galeria de Exposições Temporárias da sede Piso 0 e Hall dos Congressos |
António Dacosta |
Museu de Serralves |
Curadoria: João Fernandes |
7 de Abril a 16 de Julho de 2006 Museu de Serralves |
Arte Contemporáneo Portugués |
Fundação Calouste Gulbenkian |
Fevereiro a Março de 1987 Madrid, Museo Espanõl de Arte Contemporáneo |
(Artistas Portugueses) Lá Fora |
Museu da Electricidade - Fundação EDP |
Curadoria: João Pinharanda |
Janeiro de 2009 a Março de 2009 Central Tejo - Museu da Electricidade |
9 de Junho a 30 de Setembro de 2008 Viana do Castelo, Edifício do Arq.º Fernando Távora |