- Tela
- Óleo
- Inv. P1588
Adriano de Sousa Lopes
Mar e Céu
Uma das qualidades mais notáveis da pintura de paisagem que Adriano Sousa Lopes praticou é aquela que se prende com uma sensibilidade atmosférica ou cronológica, uma atenção particular aos cambiantes do Tempo que, em observador atento e minucioso, o pintor cultivou. Assim, em Mar e Céu se revelam essas qualidades de dissolução «para-impressionista» dos elementos. Sob a pincelada solta, água, ar e nuvens, terras e horizontes, oferecem-se ao olhar com uma luminosidade vaporosa e difusa que esbate os limites e os contornos das formas e dos acidentes do relevo e os uniformiza sob uma paleta austera de cinzentos esverdeados ou azulados, apenas aclarada por sugestões de luz amarelada e suave de entardecer que pontuam o céu ou se espelham na superfície do mar.
Enquanto paisagista, Sousa Lopes executou inúmeras vistas de beira-mar (veja-se, na colecção do CAM, as obras St. Tropez, Praia em Portugal ou outro Mar e Céu datado de 1923). As marinhas – que atraíram o artista talvez mais do que qualquer outro tema – seriam, pelo potencial infinito das suas variações, um excelente pretexto para o estudo e a observação de atmosferas e ambientes e as transfigurações a que estes se achariam sujeitos pela acção do Tempo.
AFC
Janeiro de 2011
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 23,4 | cm | |
Altura | 17,4 | cm |
Tipo | Aquisição |
Data | Junho de 1968 |