Definindo José Blanc de Portugal (1914-2001) como crítico e meteorologista, quando apresentou esta imagem na Pinacoteca de S. Paulo (2004), Fernando Lemos, também poeta, completou-a logo com o subtítulo, “Escuta o Vento da Poesia e o Sopro da Música”, enunciando deste modo as principais áreas de actividade desenvolvidas por José Blanc de Portugal durante a sua vida – as letras, a música e a meteorologia.
Com formação em Geologia desde cedo se dedicou igualmente à actividade editorial, na criação com Ruy Cinatti e Tomaz Kim dos “Cadernos de Poesia”, em 1940, aos quais mais tarde se associaram José-Augusto França e Jorge de Sena na sua direcção.
Com obra em poesia publicada e premiada, de que são exemplo “Parva Naturalia” (1960) (prémio Fernando Pessoa), ou “Odes Pedestres” (1965) (prémio Casa da Imprensa), foi igualmente na crítica musical que se destacou nas contribuições que deu para a revista “Colóquio Artes” e jornal “Diário de Notícias”.
A actividade científica ligada à meteorologia, e que o levaram a cargos de direcção em Portugal e nas ex-colónias, não o impediram de exercer as funções de vice-presidente do Instituto de Cultura Portuguesa, ou de docência na Sociedade Nacional de Belas Artes, numa vida pautada pela investigação e ecletismo.
JO