- 1949
- Papel Agfa
- Fotografia
- Inv. FP220/1
Fernando Lemos
Glicínia em S. Pedro de Alcântara
Quando Lemos fotografou Glicínia Quartin (1924 – 2006) estavam ainda longe os dias que a levariam ao teatro profissional, em que se empenhou na sua renovação e no início de novos projectos (com o Teatro Experimental de Cascais, Teatro Estúdio de Lisboa, os Bonecreiros, a Cornucópia) ou, igualmente distante a altura em que se iniciou no novo cinema, estreando-se com “D. Roberto”, de Ernesto de Sousa, em 1962.
Não tinha mesmo ainda acabado o curso de Ciências Biológicas (formou-se em 1954) que a conduziria a uma carreira de investigação na área da biologia marítima durante sete anos, e a levariam à Dinamarca.
A imagem de Fernando Lemos nada nos diz sobre quem é retratado. Podia ter sido qualquer pessoa que passava naquele momento na rua.
No entanto uma observação mais demorada revela a pose teatral em que Glicínia se colocou, com um pé atrás do outro num compasso de espera, e com um olhar que se desvia, mas que certamente já procurou o nosso, no exercício de uma sedução dissimulada e, definitivamente, em suspenso pela fotografia.
O que Fernando Lemos fotografou foi o potencial de uma mulher em que o teatro esteve sempre latente, desde os dias em que frequentou uma escola primária que promovia uma educação integrada, a Escola Oficina nº 1 (na qual a sua mãe era professora), um projecto privado e que, por estar fora do ensino oficial, o regime de Salazar fez abortar.
JO
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 45,5 | cm | moldura |
Altura | 34 | cm | papel |
Largura | 30 | cm | papel |
Largura | 45,5 | cm | moldura |
Tipo | A definir |
Data | A definir |