A pujança da natureza na majestosidade de uma árvore muito antiga é sempre impressionante e tem o impacto de um assombro. A árvore que ocupa quase toda a superfície desta imagem exibe um tronco poderoso, longo, contorcido, aberto, inclinado e derivativo, muito dominante, e uma copa de grande dimensão da qual não nos apercebemos na totalidade. Apesar da omnipresença da árvore, um pequeno espaço é deixado ao registo da passagem de dois transeuntes, esclarecendo-nos ainda mais, pela proximidade das pessoas, acerca da sua escala.

Podendo ser universal, a imagem de uma árvore como esta rapidamente nos transporta ao Japão, assim como o contorno da roupa e a atitude corporal das duas pessoas. A este reflexo não será alheio o facto de a sabermos captada nesse país, mas também é verdade que nela se projeta uma aura de ancestralidade que associamos a esta cultura.

Leonor Nazaré
Curadora do CAM