Rui Chafes e Alberto Giacometti. Gris, Vide, Cris foi destacada pelo semanário Expresso como a melhor exposição do ano e pelo jornal Público como a segunda melhor exposição. Com curadoria de Helena de Freitas, a exposição é caracterizada pelo semanário português como «a mais desafiadora» do ano, destacando o «improvável encaixe» entre as esculturas dos dois artistas e o «exímio jogo cénico» da intervenção que incita à «autoconsciência do observador». 

O Público, através do suplemento «Ípsilon», refere-se a Gris, Vide Cris, como «uma exposição excepcional». O diário português descreve a afinidade dos dois artistas como algo que «ocorre num nível de profundidade», onde o «vocabulário para falar da escultura já não serve e colapsa o sentido de conceitos como figuras, matéria, forma, tornando urgente a invenção de novas palavras para dar conta do modo como o mundo aparece nestas esculturas».

A exposição, organizada pelo CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian e com projeto expositivo de José Neves e projeto gráfico de Pedro Falcão, esteve em exibição entre 18 de maio e 18 de setembro de 2023, na Galeria do Piso Inferior do edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi visitada por mais de 30 mil pessoas.

Gris, Vide, Cris juntou obras de Alberto Giacometti a várias esculturas de Rui Chafes. Os dois artistas, separados no tempo, no espaço e na forma das suas esculturas, nunca se cruzaram: Rui Chafes nasceu em 1966, ano da morte de Giacometti, não havendo elementos biográficos ou históricos que os aproximem de forma a criar-se um diálogo. Como tal, esta exposição foi concebida como um encontro através da consciência das diferenças entre o trabalho dos dois artistas e da capacidade de ressonância das suas obras. Ambos os artistas procuram atingir a imaterialidade e a transcendência e representar o invisível, embora o façam de diferentes formas: Giacometti a partir de um trabalho de desmaterialização exasperada; Rui Chafes desafiando os limites do ferro e da imponderabilidade.

Estão disponíveis uma visita guiada com o artista Rui Chafes e a curadora Helena de Freitas, e um catálogo da exposição.