O CAM em renovação

Enquanto o edifício se encontra encerrado para obras de remodelação, vamos desvendar alguns segredos dos bastidores do CAM. Como deslocar e conservar mais de 11 000 obras, como organizar campanhas de restauro e fotografia ou como preparar a reabertura de um museu são algumas das questões que iremos explorar nos próximos meses.
20 jul 2021

No meio de uma neblina de pó, e ritmados pelo som dos martelos pneumáticos, desfilam inúmeros trabalhadores cuja missão é consubstanciar a visão do arquiteto Kengo Kuma, vencedor do projeto de renovação do Centro de Arte Moderna e de ampliação do Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian. Graças a eles, derrubam-se paredes e cria-se um espaço amplo, de onde nascem novos acessos, novas reservas e uma nova área expositiva, tudo com a cadência de uma obra que está a decorrer depressa e bem. Mais acima, assistimos, à criação de um circuito de atravessamento ligando as partes norte e sul do Jardim e à renovação dos espaços exteriores.

 

É fácil deslocar 11 800 peças?

Proceder à deslocação de 11 800 peças de variados materiais, dimensões e cargas poderia ser um quebra-cabeças. Mas não é. Todo o processo obedece a uma rigorosa calendarização para articular as inúmeras equipas de trabalho e a um registo constante e sistemático do percurso de cada obra de arte. Assim tudo fica mais fácil.

 

Gaveteiros para desenhos © Foto: Isabel Vicente

 

Armazenamento das obras

Todos as peças são guardadas por categoria em várias reservas, sendo que as obras sobre papel, estão entre as menos exigentes a nível de espaço, ao contrário das pinturas, de diferentes dimensões, que requerem um tratamento mais exaustivo no que concerne à forma e ao tipo de acondicionamento.

As obras são guardadas e acondicionadas de forma milimétrica nas várias reservas, para que tudo «encaixe» na perfeição e se mantenha em excelentes condições, até ao dia em que voltarão a ser expostas e vistas pelo público.

 

Transporte e armazenamento da obra «Guarda-loiça vermelho» de Patrick Raynaud © Foto: Elizabeth Martins
Caixas de madeira com fotografias de Jorge Molder © Foto: Elizabeth Martins

 

A atenção é a melhor conservação

Porque nenhum pormenor deve ser descurado, dedicamos a cada peça uma atenção especial, focada na sua categoria e estado de conservação. Se necessário, passando por algum tipo de intervenção. As esculturas e instalações «fora de formato» exigem equipamento e técnicos adequados e uma otimização do espaço de acondicionamento. No caso das esculturas de Rui Chafes e Antony Gormley, foram criadas novas bases, mais adequadas para o seu acondicionamento.

 

Elizabeth Martins
Conservadora-restauradora

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