CAM em Movimento: Didier Fiúza Faustino
um mapa do céu, 2021
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Linha urbana de SintraConvidado a desenvolver um projeto para o exterior de um comboio da linha urbana de Sintra, materializado na aplicação de uma fina película de vinil sobre uma extensão de 4 carruagens, Didier Fiúza Faustino (Chennevières-sur-Marne, 1968) detém-se sobre a analogia entre a pele dos corpos, superfície de contacto e comunicação com o mundo, e a «pele» do comboio, superfície de contacto e ligação com o território que atravessa.
O corpo-máquina é aqui «tatuado», metamorfoseado, constituindo-se como «um mapa do céu», que evoca ao mesmo tempo uma constelação de signos em perpétuo movimento (como um mapa das estrelas ou o mapa astral dos signos do zodíaco) e uma cosmologia fluída dos corpos, individual e social.
Sobre a superfície do comboio são inscritos desenhos e palavras que fazem eco de um possível repertório imagético da tatuagem, uma soma de muitas singularidades, reunidas e «cartografadas» num dado espaço e no tempo de uma viagem.
Cada um destes desenhos representa ou inscreve, na longa duração (e a tatuagem é também uma inscrição temporal), um acontecimento ou celebração, um desejo, ideias, ritos de passagem ou de luto, valores de pertença a um grupo ou comunidade.
Neste movimento contínuo e reversível indivíduo-coletivo, a obra incorpora os próprios passageiros, convocando as suas eventuais tatuagens, abrindo o espaço coletivo do comboio à celebração destas histórias e memórias pessoais. Neste processo, a viagem enquanto espaço de sociabilização, transforma-se ela também numa experiência íntima.
O comboio é, ele mesmo, um dispositivo de ligação entre lugares, populações e vivências, um construtor de «território». Mas ele opera também uma disrupção (desvio) na perceção e vivência do espaço e do tempo enquanto dispositivo de movimento e duração, de deslocamento e errância, e de impermanência e exploração, abrindo o tempo de uma viagem ao sonho e à evasão (liberdade).
O tempo poderá mesmo ser um dos elementos centrais de «um mapa do céu», incorporando um tempo biográfico, o do artista e o das suas memórias das viagens de comboio entre Portugal e França. Uma história pessoal que, como as tatuagens, encontram eco numa história coletiva, aqui o da imigração portuguesa.
Curadoria: Rita Fabiana
CAM EM MOVIMENTO
CAM em Movimento é uma programação «fora de portas», que reúne um conjunto de intervenções site-specific de artistas e exposições com obras da Coleção em diferentes espaços da cidade de Lisboa e da área metropolitana.
Saber maisPROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR
CAM em Movimento I
Quarta, 10 de novembro, 17:00 / Facebook
Com Benjamin Weil e Rita Fabiana
Em português e em inglês
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CAM em Movimento II
Terça, 14 de dezembro, 17:00 / Facebook
Com Patrícia Rosas e Rita Albergaria
Em português
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