Endless Box: trabalhos de 1999 a 2023 é um extenso programa de 15 eventos dedicado à artista e compositora Mieko Shiomi (Okayama, 1938), figura-chave do movimento Fluxus, tanto no Japão como nos EUA. Nesta que é a sua estreia em Portugal, apresenta-se um programa com uma dimensão poderosa e alegre na sua relação com os conceitos de tempo, espaço e conectividade.
O programa completo é apresentado em dois momentos – um na escadaria principal e outro no Auditório 2 –, e inclui versões revistas de obras da década de 1990 até composições mais recentes, com direção artística de Jaime Reis e a participação de músicos locais.
Membro fundador do Group Ongaku (Tóquio, 1958-1962), o primeiro coletivo de música e som improvisado no Japão, Mieko torna-se membro de Fluxus em 1964, depois de um ano em Nova Iorque. No seu regresso ao Japão, desenvolve a noção de evento enquanto arte performativa, iniciando a sua série Spatial Poem. Na década de 1990, importante momento de criação de muitos dos trabalhos agora apresentados, a artista interessa-se pelas tecnologias eletrónicas, começando a implementá-las nas suas performances transmediais. Shiomi tem continuadamente trabalhado na interseção entre diversas áreas como as artes visuais, as artes performativas e a composição musical.
É possível adquirir um passe que inclui o ciclo completo.
Para um maior conhecimento desta figura emblemática da arte japonesa, será exibido, nos dias 9 e 10 de setembro, o documentário Entrevista com a artista Mieko Shiomi (2011), que acompanha a vida e o percurso artístico desta artista, evidenciando a sua estreita relação com o movimento Fluxus.
Co-produção : Lisboa Incomum/Projecto DME
Mieko Shiomi é formada em musicologia pela Universidade de Tóquio. Enquanto estudante, fundou o grupo de experimentação musical Group Ongaku. Em 1964 muda-se para Nova Iorque e junta-se ao movimento Fluxus, participando em vários eventos e festivais. Durante mais de 60 anos tem trabalhado em vários campos artísticos, como composições musicais, performances, artes visuais e trabalhos colaborativos. Desde 2014 dá aulas na Universidade de Artes de Quioto.
Jaime Reis estudou Composição e Música Electroacústica e continuou os seus estudos de doutoramento na Universidade Nova de Lisboa em Etnomusicologia. É professor de Composição e Música Electroacústica na ESML e investigador no Instituto de Etnomusicologia da UNL. É diretor artístico do Festival DME e do Lisboa Incomum, que desenvolvem uma intensa atividade de investigação e criação de música erudita contemporânea. A sua música foi tocada em todo o mundo por ensembles e músicos de renome.
Engawa
Temporada de arte contemporânea que traz a Lisboa um conjunto de criadores do Japão e da diáspora japonesa, muitos dos quais pela primeira vez em Portugal. Saber mais