«Caminho para as Estrelas» de Mónica de Miranda

Slider de Eventos

Estreia nacional do filme Caminho para as Estrelas e lançamento do livro no longer with the memory but with its future, acompanhados de uma conversa com a presença da artista.

Por ocasião da apresentação pública do filme de Mónica de Miranda, Caminho para as Estrelas (2022), na Fundação Calouste Gulbenkian, em estreia nacional, o Centro de Arte Moderna organiza uma conversa com a artista, a investigadora e crítica cultural Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado) e a curadora Gabriela Salgado, atual diretora do espaço londrino de arte contemporânea The Showroom. No final da sessão, o lançamento do livro no longer with the memory but with its future contará com uma sessão de autógrafos por Mónica de Miranda.

O filme, cujo título alude ao poema «O Caminho das Estrelas» de Agostinho Neto, líder da luta anticolonial e primeiro Presidente de Angola após a independência, narra a viagem, do amanhecer ao anoitecer, de uma ex-combatente da luta pela libertação angolana, enquanto viaja de barco pelas margens do rio Kwanza, local de origem do reino do Ndongo, um estado pré-colonial africano tributário do reino do Kongo. Metáfora de um lugar feminino que atravessa vários tempos e espaços, uma mulher com rosto sereno observa atentamente a natureza que a rodeia, enquanto o seu corpo se funde lentamente com as correntes aquáticas do rio.

O filme foi apresentado na exposição no longer with the memory but with its future, no Oratorio di San Ludovico, entre 20 de abril e 29 de maio de 2022, no quadro da 59ª Bienal Internacional de Arte de Veneza (programação paralela), com curadoria de Paula Nascimento e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. O filme foi igualmente apresentado na 12th Bienal de Berlim, entre 11 de junho e 18 de setembro de 2022. Recentemente foi adquirido para a Coleção do Centro de Arte Moderna.


PROGRAMA

18:00 / Apresentação do filme

18:05 / Projeção do filme

Caminho para as Estrelas, 2022, Vídeo HD, Cor, 34’41”
Mónica de Miranda

Caminho para as Estrelas segue a viagem de uma heroína confrontada pela sua própria sombra, por diferentes temporalidades e micronarrativas. Propõe uma contra narrativa composta por biografias complexas que se sobrepõem e interagem: desde os combatentes da liberdade anticolonial do passado, e a incerteza do presente, o desejo de pertencer, até à projeção de um futuro em que a nossa simbiose com a natureza é recuperada.

O filme segue a viagem, do amanhecer ao anoitecer, de uma ex-combatente da luta pela libertação Angolana, enquanto viaja de barco pelas margens do rio Kwanza, local de origem do reino do Ndongo, um estado pré-colonial africano tributário do reino do Kongo, criado por subgrupos do Ambundu, e liderado pelo rei Ngola. Uma metáfora de um lugar feminino que atravessa vários tempos e espaços, uma mulher com rosto sereno observa atentamente a natureza que a rodeia, enquanto o seu corpo se funde lentamente com as correntes aquáticas do rio. Várias personagens aparecem ao longo desta viagem: uma sombra, uma mulher velha e uma criança, soldados que tentam ler o seu futuro nas linhas de um mapa astral de Angola, e um astronauta, todos eles girando as suas histórias no sopro do rio.

18:40 / Conversa

Gabriela Salgado
Kitty Furtado
Mónica de Miranda

Moderação: Rita Fabiana

19:20 / Perguntas e respostas


FICHA TÉCNICA

Realização: Mónica de Miranda
Argumento: Mónica de Miranda e Yara Nakahanda Monteiro
Produção: Geração 80, Jahmek Contemporary Art, Studio Mónica de Miranda
Produtor: Jorge Cohen
Música: Xullaji
Elenco: Renata Torres, Sunny Dilage, Maria Manuel, Raul de Rosário, Orlando Sérgio, Sandy Manuel, Elaine Costa, André Eiuba, Eugenia Diogo Bernardo, Fernanda Daniela Francisco Afonso, Francisca Francisco Cassua
Apoios: Materia, FCT-Fundação para Ciência e Tecnologia, Hangar - Centro de Investigação Artística, Fundação Calouste Gulbenkian


BIOGRAFIAS

Mónica de Miranda é artista e investigadora. O seu trabalho desenrola-se em torno dos temas da arqueologia urbana e das geografias pessoais. Trabalha de forma interdisciplinar com desenho, instalação, fotografia, cinema, vídeo e som, nas suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário. Tem uma licenciatura em Artes Visuais pela Camberwell College of Arts. Em 2014 fundou o projeto Hangar – Centro de Investigação Artística, em Lisboa. 

Entre as exposições em que participou destacam-se: Construir o Tempo (Centro Cultural Camões, Luanda, Angola, 2022), Mirages and Deep Time (Galeria Avenida da Índia, Lisboa 2022), Berlin Biennale (2022), no longer with the memory but with its future (Oratorio di San Ludovico de Nuova Icona, biennale de Veneza, Itália 2022), The Island (Autograph, Londres, 2022), Europa Oxalá (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Mucem, França, 2022), Thinking about possible futures (Biennale del Sur, 2021), African Cosmologies, Houston Fotofest (2020), Tales from the water margins (Biennale Internationale de l'Art Contemporain de Casablanca, 2018), Taxidermy of the future (Biennale Lubumbashi, 2019), Atlântico. Uma viagem ao centro da terra (Galería Sabrina Amrani, Madrid, Espanha, 2017), Panorama (Tyburn Gallery, Londres, Reino Unido, 2017), Arte Contemporânea Africana e Estética das Traduções (Bienal de Dakar, Senegal, 2016), Addis Foto Fest (Adis Abeba, Etiópia, 2016), Hotel Globo (Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, Portugal, 2015), Ilha de São Jorge (14ª Bienal de Arquitetura de Veneza, Itália, 2014), Line Trap (Bienal de São Tomé e Príncipe, 2013).

Em 2019 foi nomeada para o Prémio EDP e expôs no MAAT, e em 2016 foi nomeada para o Prémio de Fotografia Novo Banco e expôs no Museu Coleção Berardo como finalista.

O seu trabalho está representado em diversas coleções públicas e privadas, incluindo: Coleção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, MNAC, MAAT, FAS, Centro Cultural de Lagos e Arquivo Fotográfico de Lisboa.

Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado) é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Tem feito a curadoria de mostras de cinema (pós)colonial e promovido a discussão pública em torno das (In)Visibilidades e do Racismo. Tem participado ativamente na discussão sobre restituições/reparações a nível europeu, nomeadamente na Alemanha, colaborando com a Paradise Gardens Productions, no âmbito do Restitutions Art-Lab, de Berlim. 

É doutora em Estudos Culturais, pela Universidade do Minho, com a tese «Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e Moçambique». É investigadora associada do CECS (Universidade do Minho), onde atua como membro do projeto CulturesPast&Present e do Museu Virtual da Lusófonia, sendo também coordenadora da linha de investigação «Ativismos Migrantes» do projeto MigraMediaActs. Foi investigadora pós-doc no CES (Universidade de Coimbra) como membro do projeto (De)Othering (2020-2022) e do projeto: «À Margem do Cinema Português: Um estudo sobre o cinema afrodescendente produzido em Portugal» (2018-2020). 

Publicou artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, bem como secções de livros, sendo coautora da obra «Abrir os gomos do tempo: conversas sobre cinema em moçambique» (2022). Coeditou números especiais de revistas científicas e é subdiretora da VISTA: revista de cultura visual.

Gabriela Salgado é uma curadora de origem argentina, atualmente a trabalhar em Londres. É mestre em Curadoria de Arte Contemporânea na Royal College of Arte desde 1997, tendo trabalhado como curadora de várias exposições e lecionado em mais de 20 países. Como curadora da Latin American Art Collection at Essex University, UECLAA (1999-2005), especializou-se em arte latino-americana. Foi também responsável pelos programas públicos da Tate Modern (2006-2011). Foi curadora da La Otra Bienal in Bogotá, Colômbia (2013) e da 2.ª Bienal de Thessaloniki, Grécia (2009). Foi membro do júri do Prince Claus Awards and Videobrasil Festival. Criou «Transatlantic Connections», um programa de intercâmbio para artistas africanos e latino-americanos (2001-2016).

Entre 2017 e 2020 trabalhou como diretor artístico da Te Tuhi Contemporary Art em Auchland, Nova Zelândia, e em 2022 tornou-se diretora do The Showroom, em Londres.

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.