CAM em Movimento: 4 OLHOS / 4 ODJU
Projeto participativo de António-Pedro e de um grupo de moradores dos bairros de Chelas
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«Num contentor marítimo preparado e pousado nos Estados Unidos de Chelas cruzam-se vidas e olhares: de quem é de fora com quem é de dentro, de quem é da zona J com quem é da zona M, de quem é negro com quem não é, de quem quer partir com quem quer ficar. Códigos secretos, sonhos megalómanos, memórias partilhadas, lutas várias. Caminhos íngremes entre a solidão de cada um e o aconchego desta comunidade de comunidades.» – António-Pedro
António-Pedro foi o artista convidado para a criar um projeto de arte participativa no âmbito da programação CAM em Movimento. O novo projeto pensado para um contentor marítimo instalado no Parque da Bela Vista Sul, em Lisboa, foi concebido pelo artista e por um grupo de moradores dos bairros de Chelas: Beatriz Lopes, Carlos Rosa, Érica Pinto, G Fema, Jimit Parbote, José Carlos Sampaio, Lucas Araújo, Luís Mateia, Marta Macedo, Nelson David Rosário, Ricardo Teixeira, Sérgio Pereira, Tatiana Sousa, Wilson Lopes, Yannick Landu.
«4 OLHOS», em crioulo cabo-verdiano «4 ODJU», como se intitula o projeto, apresenta dois níveis de fruição: no interior, é exposta uma instalação multimédia, sonora e visual, inspirada por um trabalho de aproximação entre os bairros e a arte contemporânea; no exterior, o contentor acolhe um mural de arte urbana realizado pelo grupo.
A instalação é visível do exterior do contentor através de pequenos orifícios, que se assemelham aos primeiros aparelhos de fruição cinematográfica. Com este projeto, pretende-se «cruzar o olhar de quem não vai ao CAM, com o olhar de quem não vai ao Bairro».
Os trabalhos de preparação para «4 OLHOS» arrancaram no mês de abril, na Casa dos Direitos Sociais, e tiveram a duração de cerca de três meses, contando com a colaboração de Nuno Varela, das associações Chelas é o Sítio, Rimas ao Minuto e Estúdio Kriativu.
Este projeto, promovido pelo CAM em colaboração com a iniciativa PARTIS do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Sustentável, é realizado em parceria com a Companhia Caótica (coprodução), as associações Chelas é o Sítio, Rimas ao Minuto e Estúdio Kriativu, a Câmara Municipal de Lisboa e a HCI Construções.
«Nun kontentor maritimu priparadu i santadu na Stadus Unidu di Chelas ta kruza bida i maneras di odja: di kenha ki e di fóra ku kenha ki e di dentu, di kenha ki e di zona J ku kenha ki e di zona M, di kenha ki e negru ku kenha ki ka e, di kenha ki kre bai ku kenha ki kre fika. Kódigus sekretu, sonhus tamanhon, mimórias partilhadu, lutas txeu. Kaminhu runhu na meiu di solidon di kada un i ragás d’es kumunidadi di kumunidadis.»
António-Pedro foi artista ki CAM konvida, nun parseria ku inisiativa PARTIS, pa kriason di un prujetu di arti partisipativu na kontestu di prugramason CAM na Movimentu, Es prujetu novu pensadu pa un kontentor maritimu ki sta instaladu na Parki di Bela Vista Sul, na Lisboa, foi artista i un grupu di moradoris di bairus di Chelas ki faze: Beatriz Lopes, Carlos Rosa, Érica Pinto, G Fema, Jimit Parbote, José Carlos Sampaio, Lucas Araújo, Luís Mateia, Marta Macedo, Nelson David Rosário, Ricardo Teixeira, Sérgio Pereira, Tatiana Sousa, Wilson Lopes, Yannick Landu.
«4 Olhos», na kriolu kabuverdianu «4 Odju», ki e titlu di prujetu, ta prizenta dos nível di fruison: di pa dentu, ta mostra un instalason multimédia, sunoru i vizual, inspiradu na un trabadju di aprosimason entri bairus i arti kontenpurániu; di pa fóra, kontentor ta mostra un mural di arti urbanu ki grupu rializa.
Instalason ta da pa odja di fóra di kontentor através di uns braku pikinoti, ki ta parse ku kes primerus aparelhu di fruison sinematográfiku. Na kel prujetu li, pretendedu «kruza manera di odja di kenha ki ka ta bai CAM, ku manera di odja di kenha ki ka ta bai Bairu».
Trabadjus di priparason pa «4 Odju» da rinkada na mes di abril, na Casa dos Direitos Sociais, i e dura serka di tres mes, ta konta ku kolaborason di Nuno Varela, di asosiason Chelas é o Sítio; Rimas ao Minuto i Estúdio Kriativu.
Kel prujeto li, ki CAM ta prumove na kolaborason ku inisiativa PARTIS di Prugrama Gulbenkian di Dizenvolvimentu Sustentável, ta realizadu na parseria ku Konpanhia Caótica (ko-pruduson), asosiason Chelas é o Sítio; Rimas ao Minuto i Estúdio Kriativu, Kámara Munisipal di Lisboa i HCI Construções.
FICHA TÉCNICA
Projeto participativo de António-Pedro, Beatriz Paulino Lopes, G Fema, Jimit Parbote, José Sampaio, Ricardo Cardoso Teixeira, Sérgio Pereira, Tatiana Sousa, Wilson Lopes
Com a participação de Beatriz Paulino Lopes, Bruce G, Daniel Winkler, Delfina Paulino, Eduarda Pinto, Elisa Paulino, G Fema, Jimit Parbote, Joaquim Silveira, Joice Alexandra, José Sampaio, Judite Gamelo, Lena Santos, Manuel Paulino, Maria Ferreira, Matilde Correia, Melvin, Nara Miranda, Nicole Freire, Paulo Rocha, Ricardo Cardoso Teixeira, Selma Teles, Sinai Teles, Tatiana Sousa, Vânia Gamelo, Yannick Landu
Com a especial colaboração de Nuno Varela, Flowgun, Arsénio Quindombe, Nara Miranda, Paulo Rocha e moradores dos bairros de Chelas
Coordenação artística António-Pedro
Coordenação do mural de arte urbana Wilson Lopes
Pintura do mural de arte urbana Gil Morais, Nelson Lima e Wilson Lopes
Direção de produção Manuela Tavares
Produção executiva e assistência de coordenação Francisco Canhoto
Produção e mediação local Nuno Varela
Direção de fotografia Luisa Mello e António-Pedro
Montagem António-Pedro
Tema ‘4 Olhos’ interpretado por G Fema featuring Flowgun e Jaelyn
Letra ‘4 Olhos’ G Fema, António-Pedro, Flowgun e Jaelyn
Backing vocals, tchabeta, cordas e percussões António-Pedro
Produção do tema ‘4 Olhos’ Flowgun
Gravado por Flowgun e Moz Carrapa
Câmara extra Duarte Afonso dos Santos
Assistência de montagem Sérgio Pereira
Fotografia de cena Arsénio Quindombe
Assistência de produção Catarina Carvalho
Apoio à comunicação Mariana Mateus
Apoios Casa dos Direitos Sociais, Biblioteca de Marvila
Agradecimentos A toda a comunidade de Chelas, Abdul Baldé, Airton Monteiro, António Brito Guterres, Carlos Rosa, Cláudia Matos, Diogo Gonçalves, Érica Pinto, Fodé Camará, Hugo Lopes, Igor Landim, Jorge Pina, José Lobo Antunes, Lucas Araújo, Luís Mateia, Mamadu Baldé, Marta Macedo, Nelson Semedo, Raquel Matos, Tomás Rego, Yannick Landu, Grupo Comunitário da Flamenga – ComUN1DAde, Fundação EDP – MAAT, Culturgest – Fundação CGD.
BIOGRAFIAS
Músico, cineasta, artista multidisciplinar, António-Pedro é codiretor artístico da Caótica, onde cruza música, cinema e artes performativas. Interessa-lhe a biografia no seu sentido lato e político: como é que uma vida, seja a sua ou a de outros, universaliza e problematiza o devir das sociedades?
Sopa nuvem (prémio Melhor Espetáculo no MOMIX 2014), Filmes Pedidos, Crevescer e My Macau são algumas das suas criações multidisciplinares. Realizou O homem da bicicleta – Diário de Macau, Carta Branca ou Nzila Ngola entre outros filmes, videoclipes e instalações com presença e prémios em museus e festivais nacionais e internacionais de cinema. Presentemente a finalizar a longa-metragem Mississipis.
Compôs música para filmes de Ivo M. Ferreira, Leonor Noivo ou Margarida Leitão e para espetáculos de Filipa Francisco, Vera Mantero, Ainhoa Vidal, Cie Sac a Dos (BE), Turak (FR) ou para o Teatro Meridional.
Apresenta-se regularmente ao vivo em Portugal e já levou o seu trabalho a França, Espanha, Itália, Bélgica, Suíça, Alemanha, Brasil, Sérvia, Irlanda, País de Gales, Macau, Angola e Moçambique.
É licenciado em sociologia, estudou cinema na Universidade Nova de Lisboa e música no Hot Clube de Portugal e na Drummers Collective, em Nova Iorque.
A Caótica, fundada em 2009 pela encenadora-autora Caroline Bergeron e pelo músico-cineasta António-Pedro, é uma companhia multidisciplinar que cria espetáculos, formações, filmes e outras experiências artísticas para crianças, jovens, famílias e adultos.
Criadores de um universo tão reconhecível quanto imprevisível – onde entrelaçam humor com poesia e ficção com realidade –, António-Pedro e Caroline Bergeron partem muitas vezes das suas vidas para a vida dos espectadores, criando objetos artísticos que são veículos para uma verdadeira partilha.
Desde o seu início a Companhia produziu 22 espetáculos multidisciplinares – onde cruzou música, documentário, cinema de animação, marionetas, teatro, arte sonora, gastronomia, poesia, ciência, instalação, performance ou arte digital – e 15 objetos visuais, entre documentários, curtas, videoclipes e instalações vídeo, exibidos e premiados em festivais nacionais e internacionais.
A singularidade artística da Companhia é reconhecida na continuada colaboração com várias entidades de programação - CCB/Fábrica das Artes, Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian, Artemrede, LU.CA., Teatro Municipal do Porto/Paralelo – e, a nível internacional, nas extensas digressões pela Europa - França, Espanha, Suiça, Bélgica - e apresentações noutras latitudes, como China, Angola ou Brasil.
O prémio de Melhor Espetáculo MOMIX 2014 para Sopa Nuvem, as coproduções internacionais, bem como a apresentação em salas de referência – Théâtre de la Ville, Paris e Théâtre Am Stram Gram, Genebra –, festivais nacionais e internacionais e eventos especializados na criação para a infância, são igualmente formas desse reconhecimento.
A Companhia teve o Apoio à Internacionalização da Fundação Calouste Gulbenkian, é apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa e tem vindo desde 2015 a renovar o Apoio Bienal da Direção Geral das Artes em Cruzamentos Disciplinares.
Criada em maio de 2021, Chelas é o Sítio é uma associação sem fins lucrativos, que juntou habitantes do bairro de Chelas, com o objetivo de trazer mais valor para uma das maiores áreas da zona de Lisboa através do progresso do potencial que a zona já por si oferece.
É um coletivo feito por todos e para todos: não só os que ali habitam, mas também para os que visitam, fazendo desta região um sítio ainda melhor e que pretende amadurecer em sintonia com a cidade de Lisboa. Até porque uma das missões é unificar ainda mais com base no trabalho conjunto da freguesia como um todo, Chelas é o Sítio não se pretende focar apenas em Chelas. A associação é constituída por habitantes e nativos do bairro que pretendem trazer mais valor, mais união e mais inclusão para a freguesia.
Pelo papel ativo que Sam The Kid tem desde há uns anos no que diz respeito a esta matéria, acaba assim por presidir o coletivo, tendo dado o pontapé de partida que motivou a colocar os objetivos e missão no papel em conjunto com todos os que hoje tornaram este projeto possível, como o Nuno Varela, Adriano Finuras, Ricardo Gomes e Zé Silva. Por entre as áreas de intervenção que o coletivo se predispõe a atuar, destaque-se a intervenção no espaço público, mais espaços verdes, mais equipamento urbano, desporto incluso, mais educação e ciência nas escolas e através da organização de workshops e mais cultura e sustentabilidade.
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CAM EM MOVIMENTO
CAM em Movimento é uma programação «fora de portas», que reúne um conjunto de intervenções site-specific de artistas e exposições com obras da Coleção em diferentes espaços da cidade de Lisboa e da área metropolitana.
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