• França, c. 1898-1900
  • Vidro, prata, esmalte, ouro e pérola barroca 
  • Inv. 1141

Pendente «Rosto feminino»

René Lalique

A papoila pode considerar-se uma das flores emblemáticas da Arte Nova pelas suas conotações simbólicas com o mundo onírico. Este pendente, constituído por um rosto feminino, de frente, executado em vidro opalino, é envolvido por uma cabeleira de prata patinada encimada por um toucado, também em prata, formado por várias papoilas abertas. Dos cabelos, que emolduram a parte inferior do rosto, pende uma pérola barroca de consideráveis dimensões.

Lalique demonstra aqui as suas qualidades de escultor a que não serão alheias as influências do sogro Auguste Ledru e do cunhado.

Um dos temas recorrentes da obra do artista, a figura da mulher, é aqui representada por este rosto meio adormecido, talhado em vulto perfeito, em vidro moldado, emoldurado por ondulante cabeleira e toucado em prata patinada. A enorme pérola barroca pendente revela mais uma influência da joalharia renascentista, uma das fontes de inspiração do artista, que passou a utilizar as pérolas irregulares sensivelmente a partir de 1897. Também a utilização do vidro para a conceção de joias atinge aqui ponto alto na obra do joalheiro, que consegue criar joias/objetos de arte através deste material, que ele tanto preza, e dos diversos jogos de transparências que permite.

Adquirida por Calouste Gulbenkian a René Lalique, 1901.

A. 7 cm; L. 5,2 cm 

Barten 1977

Sigrid Barten, René Lalique. Schmuck und Objets d’art, 1890-1910. Munique: Prestel-Verlag, 1977, p. 308, n.º 609.

Goffen 1995

Rona Goffen (ed.), Museums Discovered. The Calouste Gulbenkian Museum. Fort Lauderdale, Florida: Woodbine Books, 1995, p. 156.

Ferreira 1997

Maria Teresa Gomes Ferreira, Lalique. Jóias. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1997, p. 108-111, cat. 10.

Lisboa 1999

A Arte do Retrato. Quotidiano e Circunstância, catálogo de exposição. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1999, pp. 214-215, cat. 84.

Lisboa 2001

Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2001, p. 175, cat. 152.

Atualização em 01 junho 2022

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