- Paris, c. 1761
- Carvalho, choupo, tília e madeiras exóticas; bronze, veludo; espelho
- Inv. 749
Mesa mecânica
O tampo desta mesa, completamente preenchido por um motivo marchetado em madeiras exóticas alusivo à construção da Escola Militar, recua, acionado por uma chave, permitindo levantar uma estante ladeada por dois compartimentos cujas tampas abrem em aba. Esta estante, forrada a veludo verde, pode girar sobre um eixo horizontal, apresentando no reverso um espelho.
Trata-se de um «móvel mecânico», uma das grandes «novidades» do século XVIII, extremamente apreciadas por uma sociedade que gostava de viver rodeada de objetos de luxo e beleza, mas que não desdenhava encontrar neles funções utilitárias, sobretudo se proporcionassem conforto. Executada pelo ebanista preferido de Madame de Pompadour, terá pertencido ao conde de Argenson, ministro das Finanças à época da construção da Escola Militar.
A forma movimentada e, no entanto, extremamente sóbria desta peça, juntamente com a perfeição do trabalho de ebanisteria, a precisão impecável do maquinismo que comporta e a qualidade dos bronzes magnificamente cinzelados e dourados que a decoram fazem dela uma das obras-primas da Coleção Gulbenkian.
Coleção Rothschild, Frankfurt; Coleção Albert de Goldschmidt-Rothschild, Berlim. Adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio de Mme Petrocochino, dezembro de 1929.
A. 71 cm; L. 110 cm; Prof. 53 cm
Coutinho 1999
Maria Isabel Pereira Coutinho, Mobiliário Francês do Século XVIII. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1999, pp. 167-176, n.º 14.
Versailles 2000
Chefs-d’oeuvre du musée Gulbenkian de Lisbonne. Meubles et objets royaux du XVIIIe siècle français, catálogo de exposição. Versailles: Châteaux de Versailles et de Trianon, 2000, pp. 70-75, n.º 19.