- França, c. 1906-1908
- Cristal de rocha, ouro e diamantes
- Inv. 1255
Gargantilha «Gatos»
Esta gargantilha é talvez das peças mais requintadas do artista na Coleção Gulbenkian, pois, apesar da sua aparente sobriedade e ausência de cor, constitui um verdadeiro prodígio da técnica aliada a uma criação artística excecional. É constituída por um conjunto de pequenos quadrados de cristal de rocha gravados com decoração alternada de gatos e arbustos, ligados por uma malha quadriculada de ouro. As placas apresentam ainda, nos pontos de junção, permitindo a sua articulação, pequenos diamantes que uma vez mais escondem a estrutura da peça. A parte superior e inferior da gargantilha é rematada por um friso de ouro esmaltado a branco. De uma extrema sobriedade, esta peça permite todos os jogos de luz e transparência que o artista irá cultivar ao longo da sua obra, sobretudo a partir da utilização do vidro nas suas joias, embora no presente caso, com a utilização de cristal de rocha, a esse efeito de transparência se possa acrescentar a extrema dificuldade de trabalho que o material empregue implica.
De notar ainda a evolução estilística do artista demonstrada nesta peça em que as linhas dominantes são de traçado retilíneo, longe já dos elementos ondulados da Arte Nova.
Adquirida por Calouste Gulbenkian a René Lalique, 8 de abril de 1920.
A. 5,4 cm; L. 33, 8 cm
Barten 1977
Sigrid Barten, René Lalique. Schmuck und Objets d’art, 1890-1910. Munique: Prestel-Verlag, 1977, p. 238, n.º 313.
Gomes Ferreira 1997
Maria Teresa Gomes Ferreira, Lalique. Jóias. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1997, pp. 256-259, cat. 73.
New York 1999
Katharine Baetjer e James David Draper (eds.), «Only the Best». Masterpieces of the Calouste Gulbenkian Museum, Lisbon, catálogo de exposição. Nova Iorque: The Metropolitan Museum of Art, 1999, p. 156-157, cat. 77.