- Paris: Les Bibliophiles Franco-Suisses, 1951
- Parte I; 2 vols.; in-4º; vol. I: 233 p.; vol. II: 252 p.; 131 il.; papel velino d’Arches
- Cadernos não cosidos, protegidos por estojos com camisa, em cujas lombadas se encontra o título da obra
- Inv. LM449A/B
- N.º 49, impresso para C. S. Gulbenkian na qualidade de membro da Société des Bibliophiles Franco-Suisses, de uma tiragem de 135 exemplares
«Don Quichotte de la Manche»
Ilustração de Albert Decaris (1901-1988)
Tradução de Jean Babelon (1889-1978)
Albert Decaris está indelevelmente associado à arte da gravura em França no século XX, não só como ilustrador de obras literárias, mas também enquanto criador de selos-postais, com acentuado cunho próprio.
O convite a Decaris para se associar ao projeto editorial levado a cabo por Les Bibliophiles Franco-Suisses, de que Calouste Gulbenkian era membro, teve na pessoa do seu presidente-fundador, Jules Exbrayat, um acérrimo defensor, que lhe reconhecia especial mestria para ilustrar a obra que pretendia publicar.
Don Quichotte de la Manche viria a ser publicada em quatro volumes, correspondendo às duas partes do texto de Cervantes. A primeira parte surgiu em 1951 (tomos I e II), e a segunda parte em 1953 (tomo III) e 1954 (tomo IV). Calouste Gulbenkian, não viria a receber os volumes correspondentes à parte II, pois deixara de ser membro em 1951.
A ilustração de Decaris cumpriu o desejo de Exbrayat ao ser «muito abundante». Num total de 131 gravuras a buril (parte I), entre páginas inteiras, meias-páginas e vinhetas, o ilustrador dá corpo gráfico a muitas figuras, enquanto relega outras para o exercício criativo que a palavra escrita sugere. Se por vezes Decaris se solta do texto do romance, na tradução francesa de Jean Babelon, é para encontrar as imagens que melhor reforçam o subentendido, regressando quase sempre à interpretação rigorosa da palavra nas suas múltiplas gradações entre o vernáculo e o erudito.
A. 35,3 cm; L. 25 cm