Duas orquídeas em chifre e uma em marfim constituem este diadema enriquecido apenas por um pequeno citrino em forma de gota na flor central. O pente de três dentes, também em chifre, é articulado ao diadema por uma charneira em ouro.

Lalique apresentou pela primeira vez em 1896, no Salon de Paris, uma pulseira executada em chifre. Nos anos seguintes, na sequência do êxito obtido, sucederam-se criações de joias com predomínio de elementos em chifre e em marfim, presentes num número assinalável de objetos da Coleção Gulbenkian.

A exótica orquídea, uma das flores-símbolo do período Arte Nova, movimento estético surgido no final do século xix, foi tratada pelos joalheiros com grande realismo. Neste caso, o virtuosismo técnico de Lalique confere à joia, inspirada pela simplicidade naturalista da arte japonesa, elegância e sentido erótico.