- Paris, década de 1890
- Terracota
- Inv. 566
«Baigneuse»
Como a maior parte dos estatuários, Dalou executou com perfeição o nu feminino, traduzido em pequenas esculturas de banhistas, na tradição do século XVIII. Fê-lo durante toda a vida e até mesmo na última fase da sua carreira, embora extremamente ocupado com os monumentos públicos que lhe foram encomendados para a cidade de Paris. Este entretém correspondia a um mero prazer pessoal que funcionava como uma pausa, quase um recreio, entre tarefas de maior responsabilidade, dando-lhe também oportunidade de poder comparar a sua obra com a dos seus predecessores, especialmente com Falconet e Houdon, que tinham estabelecido um padrão de excelência nessa categoria.
A estatueta conservada no Museu Calouste Gulbenkian, que pertenceu à coleção do Coronel Heseltine, é descrita por Maurice Dreyfous na obra que dedicou à vida e obra de Dalou, em 1903, o qual a distingue de muitas outras caídas no anonimato, já que nenhuma delas foi exposta, quer no Salon de Paris, quer na Royal Academy de Londres, o que dificulta o estabelecimento da sua cronologia.
Referem os biógrafos de Dalou que este terá ocasionalmente negociado algumas destas estatuetas e terá até recebido encomendas para versões em mármore, nomeadamente da Condessa de Rouvres e do Coronel Heseltine.
Coleção J. P. Heseltine. Adquirida por Calouste Gulbenkian a Alfred Spero, Londres, 29 de julho de 1924.
A. 48 cm; L. 17,5 cm; Prof. 24 cm
Dreyfous 1903
Maurice Dreyfous, Dalou. Sa Vie et son Œuvre. Paris: H. Laurens Editeur, 1903.
Lami 1916
Stanislas Lami, Dictionnaire des Sculpteurs de l’Ecole Française au Dix-Neuvième Siècle. Tome deuxième. D-F. Paris: 1916 (Nendeln/Liechtenstein: Kraus, 1970).
Cailleux 1935
Henriette Caillaux, Aimé-Jules Dalou (1838-1902). Paris: Librairie Delagrave, 1935.
Hunisak 1978
John M. Hunisak,«Jules Dalou. The Private Side», Bulletin of the Detroit Institute of Arts, vol. 56, 1978, n.º 2, pp. 133-140.
Figueiredo 1992
Maria Rosa Figueiredo, A Escultura Francesa. Catálogo de Escultura Europeia, vol. I. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1992, pp. 182-185.