- França, c. 1897-1900
- Prata e vidro
- Inv. 1162
- Assinado: LALIQUE
Açucareiro «Serpentes»
Neste açucareiro, objeto extremamente insólito, decorado com um motivo tão presente na sua obra – a serpente –, Lalique utiliza a técnica muito antiga do vidro soprado em estruturas metálicas vazadas que, no século XIX, os mestres vidreiros de Veneza trabalharam com especial sucesso. Esta obra corresponde cronologicamente ainda à primeira fase da obra do artista, quando este se dedicava à joalharia, remetendo-nos no entanto para a sua formação inicial de ourives.
Neste trabalho de um verdadeiro «ourives no vidro», Lalique utiliza assim a técnica do vidro soprado numa estrutura vazada de prata fundida patinada. Dada a dificuldade desta técnica, são relativamente escassos os exemplares que realizou. A estrutura desta peça é constituída por um emaranhado de serpentes em prata patinada, cujos corpos emolduram o vidro soprado de cor âmbar. A asa do açucareiro é ainda uma serpente enroscada, motivo que se repete no corpo da peça, com dois répteis saindo para fora do conjunto em atitude de ataque. Uma outra serpente de corpo erguido, ao centro, serve de pega à tampa.
Adquirida por Calouste Gulbenkian a René Lalique, maio de 1902.
A. 22 cm; L. 29 cm
Leite 2008
Maria Fernanda Passos Leite, René Lalique no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2008, p. 102, cat. 52.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 198, cat. 177.