Sir Edward Burne-Jones

Obra gráfica nas Coleções Gulbenkian

Por ocasião do 190º aniversário do nascimento do artista Sir Edward Burne-Jones (1833-1898), a conservadora Ana Maria Campino explora a produção gráfica pertencente às Coleções Gulbenkian que se relaciona com a obra do pintor inglês.
Ana Maria Campino 27 fev 2024 2 min
Do pergaminho ao papel

O estudo para a pintura O Espelho de Vénus, uma das duas telas de Burne-Jones adquiridas por Calouste Gulbenkian, permite evocar o intenso processo de trabalho subjacente à conceção desta obra pictórica. Exposto pela primeira vez desde a sua aquisição pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2017, este estudo a lápis é um dos múltiplos desenhos preparatórios executados pelo artista durante quase uma década com vista a realizar a pintura, revelando-se bastante próximo da sua composição final, embora a figura de Vénus ainda se apresente nua, aspeto que foi posteriormente alterado na tela.

Flamma Vestalis, que traduz em gravura uma pintura de Burne-Jones, foi impressa em 1887, um ano após a primeira exposição da tela pelo pintor britânico na Grosvenor Gallery, em Londres. Instrumento de divulgação de obras pictóricas já concluídas, a gravura permite igualmente materializar composições artísticas originais, sobretudo em formatos reprodutíveis, como o livro. Tal é o caso de The Works of Geoffrey Chaucer, que inclui os textos poéticos do grande poeta medieval inglês ilustrados por 87 gravuras em madeira realizadas segundo desenhos de Burne-Jones.

O artista William Morris, amigo de Burne-Jones, idealizou, ornamentou e editou esta publicação em 425 exemplares, um deles adquirido por Gulbenkian em 1924 e hoje conservado na Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkian. A cumplicidade artística entre ambos era tão notória que Burne-Jones chegou a afirmar, a propósito de The Works of Geoffrey Chaucer: «Quando Morris e eu éramos jovens colegas em Oxford, se nos apresentassem um livro assim, teríamos ficado estupefactos, mas acabámos por fazer um exatamente como gostaríamos de ter feito nessa altura, se tivéssemos meios.»

Série

Do pergaminho ao papel

Expostos por períodos mais curtos devido à fragilidade dos seus materiais, os livros e documentos gráficos europeus da coleção são menos conhecidos do público. Nesta série, a conservadora Ana Campino propõe novos olhares sobre estas obras que constituíam um dos conjuntos artísticos prediletos de Calouste Gulbenkian.

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