Rodolphe Kann

Rodolphe ficou conhecido por procurar obras raras e valiosas, recorrendo frequentemente a conselhos de especialistas e conhecedores do mercado da arte.
23 out 2020 2 min
Uma Coleção com Histórias

Nascido na Alemanha, o colecionador Rodolphe Kann (1845-1905) fixou-se em Paris, onde desenvolveu uma próspera carreira como banqueiro, naturalizando-se francês. A sua fortuna deveu-se em grande parte à exploração de diamantes e ouro na África do Sul, negócio que iniciou na década de 1880. Na mesma altura, Rodolphe e Maurice, seu irmão, começaram a reunir importantes coleções de arte, focadas na pintura, juntando importantes obras-primas.

Rodolphe ficou conhecido por procurar obras raras e valiosas, recorrendo frequentemente a conselhos de especialistas e conhecedores do mercado da arte. Embora o seu interesse se detivesse sobretudo na pintura holandesa do século XVII, o colecionador adquiriu também importantes telas italianas e flamengas do Quattrocento, bem como pinturas inglesas e francesas do século XVIII.

Entre as obras da sua coleção, encontravam-se nomes como Ghirlandaio, Rembrandt ou Van Dyck. No início do século XX, o historiador de arte e curador alemão Wilhelm von Bode publicou um enorme catálogo ilustrado sobre o seu acervo de pintura, uma das mais ricas coleções particulares da Europa. Kann foi retratado pelo pintor Giovanni Boldini e doou várias obras a instituições francesas, como o Musée du Louvre ou o Musée des Arts Décoratifs.

Após a morte de Rodolphe, o negociante de arte Joseph Duveen fez um dos seus negócios mais rentáveis, adquirindo a totalidade do acervo do colecionador. Algumas destas obras foram compradas por Calouste Gulbenkian, entre as quais duas elas da autoria de Francesco Guardi, duas estatuetas e um relógio de parede.

Jacques Caffieri, Relógio de parede, c. 1750. Museu Calouste Gulbenkian
S. João (de um Calvário), c. 1500-1520. Museu Calouste Gulbenkian

Contudo, o maior elo de ligação entre Rodolphe Kann e Calouste Gulbenkian foi a residência de Paris, no n.º 51 da Avenue d’Iéna. O imóvel, adquirido por Gulbenkian em 1922, tinha pertencido a Kann, que teria instalado uma galeria para as suas importantes pinturas, distribuídas em três salas localizadas no primeiro andar.

Assim, pela segunda vez, o hôtel particulier no coração de Paris, muito perto dos Champs Élysées, foi testemunha de uma coleção de arte de imensurável valor.

Série

Uma Coleção com Histórias

Por onde passaram as obras antes de chegarem às mãos de Calouste Gulbenkian? Quem foram os seus autores e os seus protagonistas? Que curiosidades escondem? Descubra nesta série as várias histórias por trás da coleção do Museu.

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