Egito: a longínqua terra próxima

A investigadora egípcia Sarah Nagaty entrevista três portugueses que têm em comum um fascínio pelo Egipto.
Sarah Nagaty 19 dez 2022 20 min

De todos os lugares onde estive, apenas em Portugal me deparei com reações de puro espanto quando afirmo: «Sou egípcia». Nas suas mentes, as pessoas associam-me ao antigo Egito e aos Faraós – e este fascínio torna-me simultaneamente distante e próxima delas. O fascínio cria distância. Sou de uma terra distante e misteriosa. Sou fora do vulgar. Por outro lado, a proximidade está relacionada com a ligação que existe à tradição judaico-cristã e a um imenso interesse pelo Antigo Egito, que representa uma das melhores histórias de progresso humano e de construção de nações. Isto faz com que as pessoas sintam que me conhecem ou que sabem como sou.

O Antigo Egito existiu há milhares de anos. Muitas línguas, sucessivas religiões e costumes separam os atuais egípcios dos seus antepassados. Ligarem-me ao Antigo Egito deixou-me com mais perguntas do que respostas: qual é a natureza desta ligação? O que significa ser egípcio se este conceito, a partir do século XIX, foi inspirado pelo arabismo?

Estas perguntas inspiraram-me a explorar o meu Egito e, paralelamente, o(s) Egito(s) de três outras pessoas que conheci em Portugal: Bruno, arquiteto; Isabel Rute, agente de segurança; e Juliana, joalheira.


Informação Técnica

Texto – Sarah Nagaty – Investigadora de Estudos Culturais e curadora independente
Participantes – Bruno Alves, Juliana Bezerra, Isabel Santos
Vídeo e edição – João Hipólito, Artur Machado, Miguel Morais
Tradução – André Moda

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